O registo oficial de assaltos a residências da zona nobre de Nevogilde, Porto, está este verão "ligeiramente abaixo" do de período homólogo do ano passado, assegurou esta quarta-feira a PSP, desvalorizando assim as queixas da junta de freguesia.
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"Não temos registo de que ali tenham ocorrido mais assaltos. Há até um pouco menos do que no ano passado", disse uma fonte do Comando policial Metropolitano, referindo-se a uma zona onde se multiplicam as vivendas e que é habitada por muitas famílias das classes média e alta.
A fonte assinalou ainda que o número de pedidos de vigilância especial em período de férias, no âmbito da operação "Verão Seguro", feito por habitantes de Nevogilde, foi "similar" ao do ano transato.
Outra fonte policial, esta não oficial, disse que os assaltos a residências de Nevogilde são "cíclicos". "Todos os verões é a mesma coisa", desvalorizou.
Já o presidente da Junta, João Luís Rozeira, assinalou a ocorrência de vários assaltos na freguesia durante este verão e declarou-os "obra de profissionais".
João Luís Rozeira contou que sexta-feira foi assaltada mais uma residência, num terceiro andar da rua Marechal Saldanha, aonde os assaltantes entraram violando uma fechadura mestra "fechada com quatro voltas".
Isto, afirmou, "só pode ser obra de profissionais" e "não do rapaz toxicodependente que procura com que pagar a dose".
Admitindo que os assaltos sejam concretizados por redes internacionais, que venderão o produto dos roubos no estrangeiro, o autarca assinalou ainda a ocorrência, nos últimos dias, de assaltos similares em habitações da rua do Padrão, e na rua Sousa Rosas. Nestes assaltos levaram sempre ouro e relógios, precisou.
Face a isto, "mais não podemos do que fazer pressão sobre a polícia. Não sei se têm actuado, não temos os resultados, mas dizem-nos que estão atentos", declarou o autarca.
Ao contrário de João Luís Rozeira, o presidente da contígua freguesia da Foz do Douro, José Pinto Ferreira, disse não ter "notícia de grandes assaltos".
A PSP do Porto anunciou em 5 de Julho a detenção de três jovens que assaltavam uma residência na zona da Foz e que já tinham na sua posse ouro, telemóveis e uma máquina fotográfica.
Depois disso, já em Agosto, a imprensa e as televisões referiram a ocorrência de "dezenas" de assaltos na Foz.
Ivo Dias, um responsável de uma casa de chaves da zona explicou à Lusa que, na sequência dessas notícias, já instalou pelo menos "20 a 30 fechaduras" fechaduras sofisticadas em prédios residenciais.
Trata-se, conforme explicou, de fechaduras com canhões de alta segurança, do tipo "fichet", que podem custar mil euros, cinco vez mais do que as de duplo palhetão, até há pouco tidas como "bastante seguras", mas que os últimos assaltantes a axtuar na zona conseguiram abrir com recurso a gazuas.
"Eles abrem aquilo com grande facilidade, mesmo estando a fechadura trancada com as quatro voltas. Fazem-no sem danificar nada", contou Ivo Dias.
Já no caso das fechaduras tipo "fichet", a sua abertura forçada só é possível como recurso a uma rebarbadora, "o que implica fazer bastante barulho e alertar os vizinhos", assinalou.
A fonte revelou estar a registar igualmente "inúmeros" pedido de instalação de segundas fechaduras nas portas de entrada das residências.