Cidade foi a mais congestionada do país no ano passado. Estudo mostra que o pior dia para a circulação rodoviária foi 30 de janeiro.
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O Porto foi a cidade mais congestionada do país, e da Península Ibérica, no ano passado, com os condutores a perderem, no total, quatro dias e 14 horas nas filas de trânsito. Com a pandemia e o confinamento a marcarem 2020, verificou-se uma redução generalizada no tráfego, mas a cidade do Porto, mesmo com uma quebra de 20% no trânsito, ficou à frente de Lisboa no que diz respeito à confusão na estrada. E de muitas outras cidades do Mundo.
Estes dados são da TomTom, especialista líder em tecnologia de localização que lançou a mais recente edição do TomTom Traffic Index, relatório anual que oferece uma análise detalhada do trânsito anual em mais de 400 cidades de 57 países. Os níveis de congestionamento caíram em todas as cidades devido à pandemia e em Portugal esse efeito foi maior em Lisboa. O Porto subiu ao primeiro lugar no nosso país, com níveis de congestionamento médios de 24%. Ainda assim, este valor representa uma quebra de 23% em relação a 2019 (31%).
Quase meia hora a mais
Contas feitas, os portuenses gastaram, por dia, mais 28 minutos no trânsito: 13 na hora de ponta da manhã e 15 na parte da tarde. De acordo com os dados do estudo da TomTom, o mês mais complicado foi janeiro, sendo o mais desanuviado abril, também por força do confinamento.
O pior horário para circular na cidade foi entre as 18 e as 19 horas e o maior congestionamento médio diário verificado ocorreu a 30 de janeiro, uma quinta-feira. Por tudo isto, neste estudo o Porto ocupa a 126.ª posição do ranking.
A Câmara do Porto não comenta estes resultados, mas tem noção que este é um problema dos residentes e de todos aqueles que, dos concelhos limítrofes, escolhem a cidade para estudar ou trabalhar. Boavista, Campo Alegre, Baixa, Marquês, Circunvalação e a Via de Cintura Interna (VC) são as zonas onde o tráfego se faz sentir de forma mais acentuada. Há cerca de um ano, ainda antes da pandemia, a vereadora dos Transportes na Câmara do Porto, Cristina Pimentel, afirmava ao JN que a solução para o caos no trânsito não passaria po novos investimentos para beneficiar o automóvel nem por taxar a entrada de carros na cidade, o que seria "uma bomba atómica".
Recorde-se que a Autarquia propôs ao Governo tirar as portagens na A41 para aliviar a VCI do tráfego pesado de mercadorias. A autarca disse ainda que a solução passaria por um novo sistema de regulação do tráfego e pela aposta em meios suaves de transporte. E nos transportes públicos, tendo a implementação do passe família obtido resultados positivos, também se prevê a conquista de mais passageitros para o metro com a expansão da rede, nomeadamente com as linhas que entrarão em construção, a Linha Rosa (Casa da Música - São Bento) e a expansão da Linha Amarela, em Gaia.
Também a gestão da STCP que desde este mês passou a ser gerida pelos municípios da Área Metropolitana do Porto afigura-se como um fator importante para uma melhor oferta de transportes públicos que possa combater o uso do transporte individual.