A queda de uma avioneta, ontem de manhã, em Refóios do Lima, Ponte de Lima, provocou a morte do único ocupante do aparelho, um cidadão espanhol, de 68 anos. "Era um piloto experiente", afiança presidente de aeroclube.
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Permanecem por apurar as causas do acidente que vitimou Valentin Pastor, piloto e único ocupante da avioneta que se despenhou, ao final da manhã de ontem, no cume da serra da Vacariça, em Refóios, Ponte de Lima.
O sexagenário levantara voo, na companhia de outros dois colegas (cada qual na sua avioneta), por volta das 10.30 horas, do aeródromo de Cerval, equipamento situado entre os concelhos de Valença e Vila Nova de Cerveira. Minutos depois, embatia no cume da serra limiana, impacto esse que viria a revelar-se fatal. Os destroços do aparelho que pilotava estendiam-se, ontem, por mais de meia centena de metros.
De acordo com as autoridades, a queda ter-se-á verificado pouco depois das 11 horas, altura em que um residente na Vacariça se apercebeu de "um grande estrondo", deslocando-se, de seguida, para o cume da montanha. "Foi ele que deu o alerta", afiançou, a propósito, fonte dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, que, pouco mais de uma hora após o acidente, mobilizavam meios para o local.
A Refóios deslocou-se, depois, uma equipa da Força Aérea Portuguesa, que recolheu imagens do local. A investigação do acidente será conduzida pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, entidade a quem caberá apurar as circunstâncias em que se deu a queda do aparelho, inclinando-se as autoridades para a possibilidade de fortes ventos, aliados ao nevoeiro, terem contribuído para a tragédia.
Cumpridas as formalidades legais, o corpo foi, por volta das 16 horas de ontem, conduzido ao Gabinete de Medicina Legal da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, para realização de autópsia.
Na mesma altura, foi encontrada, junto aos destroços, uma pasta com um telemóvel, com inúmeras chamadas por atender, tendo sido, depois, as autoridades a dar conta da tragédia à família da vítima, em Espanha. Ao que o JN conseguiu apurar, os dois colegas de voo de Valentin Pastor teriam, nessa altura, já chegado ao destino, em Ávila, receando que algo tivesse sucedido ao sexagenário.
De acordo com o presidente do Aeroclube de Cerval, Manuel Campos, que privara com a vítima, o piloto que ontem encontrou a morte no Alto da Vacariça "era um piloto experiente, com perto de quatro mil horas de voo".
Um filho da vítima, residente na região de Madrid, estava, ontem à tarde, a caminho da Unidade de Saúde de Viana do Castelo para acompanhar a autópsia e, posteriormente, trasladar o corpo para o país vizinho.