<p>O problema tornado público pelos pais de uma menina de Gondufe que não é transportada pela Junta de Freguesia para o Centro Educativo de Gandra poderá vir a ser dirimido nos tribunais. Essa é, pelo menos, a convicção dos pais.</p>
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"Uma discriminação inadmissível." É assim que Manuel Gonçalves, pai da criança, de cinco anos, se refere ao que sucede com a sua filha desde o início do ano escolar. Afiançando que tentou já encontrar uma solução para o caso pela via do diálogo, adianta que o problema poderá, agora, ser dirimido nos tribunais.
"É uma situação que nos está a trazer muitos problemas. A nossa filha chega mesmo a perguntar-nos pelo motivo que a impossibilita de ser transportada na carrinha, quando o sonho dela era o de ir com as outras crianças. Há pouco, esteve mais de uma semana sem ir ao infantário, uma vez que a mãe esteve doente e não havia quem a levasse", confidencia o pai da menor, visivelmente incomodado com a situação.
Segundo o responsável, em reunião realizada no Centro Educativo de Gandra, antes do início do ano escolar, o autarca de Gandra disse que a Junta disponibilizava transporte a todas as crianças da freguesia, "o que não está, de todo, a suceder, tendo feito saber que transportava a minha filha, mas que nós teríamos que pagar por isso (ver caixa)".
O pai da menor assinala ainda que, segundo uma "justificação informal", a situação terá ficado a dever-se à ausência dos encarregados de educação da criança de reunião convocada para analisar a situação do transporte. "Porém, outros pais não foram à reunião e os seus filhos são transportados na carrinha", assinala. Ouvido pelo JN foi um desses pais, que afiança que não esteve presente na reunião, apesar de ter tido dela conhecimento, observando que "nada se passa" com o transporte do seu educando.
Confrontado com a situação, o autarca de Gondufe, Manuel Baptista, recusou-se a emitir qualquer comentário sobre o assunto.
À boca pequena, a população comenta que a menor poderá estar a "pagar as favas" de diferendo que opõe autarquia local e os pais da menor, relativo a uma suposta obra que viria a ser aprovada pela Câmara mas que "não terá sido do agrado" do Executivo local. O JN tentou, ainda, ouvir a associação de pais do centro educativo sobre a questão, mas tal não foi, ontem, possível.