"É um alívio para a economia". Foi assim que o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, reagiu à reabertura da fronteira de Miranda do Douro, ao quilómetro 86 da estrada nacional 218, esta segunda-feira.
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Apenas para trabalhadores transfronteiriços e transporte de mercadorias, que estavam obrigados a percorrer cerca de 150 quilómetros até Quintanilha, no concelho de Bragança, para atravessar para Espanha, esta fronteira é um dos quatro pontos de passagem autorizados (PPA) entre Portugal e Espanha que passa a abrir aos dias úteis entre as 7 e as 21 horas.
Os outros três são em Melgaço, Lugar do Peso, km 19,800, EN 202; Monção, Avenida da Galiza, km 15,300, EN 101; e Vila Nova de Cerveira, km 104,500, EN 1.
O afluxo de trânsito em Miranda do Douro logo às 7 horas foi grande, "com alguma fila", confirmou o coordenador da delegação de Bragança do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Carlos Morais, dando conta que o controlo de trafego é feito pelos inspetores desta força de segurança e pela GNR do lado Português e a Guardia Civil do lado espanhol.
"Esta manhã havia muita gente para entrar, principalmente carros de panificadoras, fornecimento de outros produtos e mercadorias de proximidade. Esta manhã tivemos um trânsito que foi uma loucura. Foi o reativar de toda a economia transfronteiriça, porque estavam a fazer 150 quilómetros", explicou Artur Nunes que considera que o comércio transfronteiriço "foi reativado", o que já tardava.
"Este atraso na reabertura causou muitos constrangimentos porque a nossa economia regional está preparada para o mercado espanhol", sublinhou Artur Nunes. No entanto, o autarca tem reticências sobre a possibilidade de o comércio do concelho poder repor as perdas económicas dos últimos três meses, uma vez que os comerciantes falam em quebras superiores a 90%.
Aos Pontos de Passagem Autorizados (PPA) já previstos anteriormente, nomeadamente o de Quintanilha (Bragança), Valença, Vila Verde da Raia, Vilar Formoso, Termas de Monfortinho, Marvão, Caia, Vila Verde de Ficalho e Castro Marim, funcionam em permanência, desde que as fronteiras foram encerradas em Março.
As fronteiras reabrem totalmente a 1 de julho e a cidade de Miranda do Douro está preparada para a reabertura da economia e para receber os turistas.
O baixo número de casos positivos de covid-19 no concelho pode ser um atrativo para os turistas, sobretudo os espanhóis. "Cerca de 80% dos nossos turistas são estrangeiros mas é um turismo muito focado, muito especial. Se vai haver aumento de turistas por ser uma zona limpa, não sei mas eu tenho algumas expectativas de que isso venha a acontecer", destacou Artur Nunes.
Miranda do Douro é o segundo concelho dos 12 do distrito com mais camas, cerca de 600, a seguir a Bragança que anda pelas 800. "A grande procura, e já se viu este fim de semana, é à volta do turismo rural. Os privados investiram muito nesse setor e praticamente todas as aldeias têm uma unidade de turismo rural, algumas tem duas e três. As que têm mais procura são as que têm piscinas. Este fim de semana tivemos muita procura de portugueses e as unidades de turismo rural tiveram uma ocupação muito grande", descreveu o autarca mirandês.