Enquanto centenas de artistas do Stop protestavam em frente à Câmara do Porto, na tarde desta segunda-feira, o condomínio do centro comercial reuniu com o Executivo e concordou com as propostas para reabrir os espaços. A decisão fica agora a depender dos artistas e lojistas.
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"O Stop vai reabrir provisoriamente para que agora se encontrem eventuais soluções futuras", afirmou o administrador do condomínio, Ferreira da Silva, acrescentando que acordou com as condições que a Câmara apresentou na passada sexta-feira.
"Nós aceitámos aquilo que a Câmara pretende para a abertura do centro. Não vejo nenhum inconveniente. A reabertura agora depende dos músicos", acrescentou.
Bruno Costa, da Alma Stop, admitiu a urgência para os artistas e lojistas voltarem ao centro comercial. Ainda assim, o associativo afirmou que "há prudências acerca da proposta (da Câmara) e é preciso considerar tudo".
"É urgente acedermos às salas neste momento. Estamos numa época alta e precisamos de trabalhar, de fazer espetáculos e concertos. É nesta altura que nós precisamos dos espaços", acrescentou Rui Guerra, da Associação dos Músicos do Stop.
De acordo com ambos os representantes das associações, o retorno ao centro comercial vai ser tratado ainda esta semana.
Das propostas da Autarquia para reabrir o centro comercial, Bruno Costa salientou que "os horários é um dos pontos mais contenciosos": "Não é tanto pela questão do ruído. É pelas cargas e descargas, porque os concertos são maioritariamente à noite e precisamos de acesso às salas para descarregar o material".
Seis milhões para projeto de alteração
O processo de licenciamento do centro comercial termina em outubro. Mas os custos avultados do projeto apresentado não vai permitir a sua concretização, admitiu o administrador.
Anualmente, o condomínio tem um orçamento de 193 mil euros, inviabilizando a "concretização de obras sem qualquer apoio público", adiantou o administrador. "No fundo, o objetivo desse processo era adiar esta situação", admitiu Ferreira da Silva.
Ainda de acordo com Ferreira da Silva, o projeto de obras de transformação e alteração total do centro comercial implicam seis milhões de euros. Feitas as contas, o condomínio iria demorar 30 anos para pagar os valores.
"Não é viável. O que interessa agora são os problemas básicos daquele edifício. Depois, talvez estudar soluções para, se calhar, até alterar o projeto e ver outras condicionantes mais reais", declarou Ferreira da Silva.