<p>Quis o acaso que Julieta Cristina, mulher de Paulo Pereira, um dos feridos do acidente, tivesse marcadaa para ontem uma ida ao Hospital de S. João, no Porto, onde o filho, Cristiano, de 14 anos, tinha uma consulta de Estomatologia. Julieta recordou que a camioneta onde seguiam ficou retida na A4, avançando a conta-gotas. </p>
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"Sabíamos que tinha havido um acidente, mas àquela hora - 10, 10.30 horas - já a carrinha deles tinha passado por ali há muito, pois tinham saído do Marco cerca das 6 horas. O nosso motorista insistiu em manter-se na auto-estrada, em vez de sair para a Nacional e passámos ao lado do acidente. Só lá estava o camião e, de repente, o meu telemóvel tocou. Era a minha irmã a perguntar se já tinha ligado ao meu marido, pois tinha havido um acidente. Liguei-lhe para o telemóvel e ninguém atendeu", referiu Julieta Cristina.
Percebeu, então, que o acidente tinha envolvido a carrinha onde seguia o marido.
Paulo Pereira, considerado o ferido mais grave do acidente, estava consciente e falou com a mulher. "Eles vinham trabalhar para o Porto todos os dias. Falei com o meu marido, mas ele não se lembra do acidente. Nem sabia onde tinha sido. Disse-me que só se recordava dos bombeiros a falarem com ele", referiu Julieta Cristina.
Familiares
Acompanhando a filha, Heitor Vieira salientou que os ocupantes da carrinha residentes em Soalhães tinham laços familiares. "André, um dos mortos, era meu sobrinho. O meio é pequeno e acabamos por ser quase uma família. Por isso, a tragédia atingiu todos", contou.
"Estava a fazer massa numa obra em Águas Santas, na Maia, e foi uma cunhada que me alertou. Da forma como ela me contou, supus logo que o meu genro tinha morrido. Larguei tudo e vim para aqui [para o hospital]. Nem me lembrava de que o meu neto tinha consulta e encontrei-os aqui", sublinhou Heitor Vieira.