A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho deverá lançar no prazo de um mês um concurso público para a concessão, pela primeira vez, de uma rede de transportes rodoviários intermunicipal.
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A informação sobre o lançamento do procedimento foi avançada ontem pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo durante a reunião do executivo. Luís Nobre adiantou que está em causa "um modelo de transportes complexo", que ligará os 10 municípios da região (Viana do Castelo, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Paredes de Coura, Melgaço, Monção, Valença, Cerveira e Caminha).
O projeto já estava a ser trabalhado a nível intermunicipal desde antes da pandemia e avançará agora com um período experimental em regime "de prestação de serviços, por dois anos e que pode ser depois renovada por mais um ano". O objetivo, refere Luís Nobre, "é perceber a dinâmica e como é que o sistema se comporta, recolhendo alguns indicadores que a nível distrital não existem", explicou o autarca, referindo que a ideia é que, finda a fase de testes no terreno, seja lançado um procedimento definitivo "já com alguma segurança não só em relação às condições de funcionamento, mas essencialmente que seja suficientemente apelativo para que operadores, nacionais ou internacionais, concorram".
Luís Nobre adiantou que a abertura do primeiro concurso está pendente ainda do parecer da Autoridade de Mobilidade e Transportes (AMT) e que, se não houver atrasos, a concessão pode ser adjudicada "em fevereiro ou março" de 2023. Depende "se vão aparecerem operadores ou não, quantos, e se houver reclamações".
Cada concelho mantém serviço
Ao JN, o presidente da CIM Alto Minho e também da Câmara de Melgaço, Manoel Batista, explicou que o referido concurso, cuja valor-base ainda está em aberto no âmbito do parecer a emitir pela AMT, vai permitir "experimentar e avaliar" uma solução de rede de transportes intermunicipal "desenhada com base nas experiências de cada município e nas necessidades que estes percebem para os seus cidadãos".
Adiantou que o projeto visa incrementar "mais qualidade e mais oferta [de transporte rodoviário] para a população do Alto Minho", mas que este não invalida que cada município mantenha a sua própria rede municipal. "Estamos a falar de duas realidades, das redes municipais e da intermunicipal", concluiu.
Manoel Batista
Presidente da CIM Alto Minho
"Depois deste plano, teremos melhores transportes. Não temos a certeza se será a ideal, mas será com certeza melhorada em relação à oferta atual"