Quando os irmãos Marco e Nuno Miranda se aventuraram no negócio de automóveis usados, em 2018, estavam longe de imaginar que dois anos depois iriam ser confrontados com uma pandemia que lhes mudou a forma de vender.
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"Temos um espaço físico, porque é importante para dar confiança às pessoas, mas a maior parte dos carros que vendemos é através da Internet, nomeadamente das redes sociais, e para todo o país", diz Marco.
O Stand VisualCar fica na zona industrial de Vila Real, em Constantim. É um espaço pequeno, comparado com outros gigantes à volta. Um retângulo de terreno sem cobertura onde cabem duas dezenas de carros ligeiros, a maior parte importados, e um contentor que serve de escritório.
O primeiro passo foi dado por Marco. Porque "sempre quis ter um negócio ligado aos carros". Começou com poucas unidades e o que ganhava nas vendas era para reinvestir. Um ano depois, juntou-se-lhe Nuno. Porque "também gosta do ramo automóvel" e "era preciso mais capital para dar maior dinâmica à atividade".
Terem "bastantes amigos e conhecimentos" e a "confiança gerada" nas primeiras vendas foram importantes para que o negócio começasse a crescer. Depois, veio a pandemia e o primeiro confinamento, que "travou um bocado esta atividade". Melhorou no verão de 2020 e voltou a piorar quando a situação se agravou depois do Natal. "Alguns potenciais clientes viram os créditos recusados porque estavam em lay-off e perderam-se vendas", recorda Marco.
Agora, à medida que o desconfinamento avança e a economia tende a melhorar, o negócio volta a ter dias melhores. "Já se está a vender muito bem outra vez", confessa o gerente, acreditando que "se a pandemia não piorar, não deverá haver azar".
Os únicos carros usados nacionais que ali existem resultam de retomas, porque o negócio funciona essencialmente com importados de marcas conceituadas de gama média/alta. "Conseguimos ter melhor relação preço-qualidade em relação aos de matrícula portuguesa", afiança Marco.
Os irmãos Miranda destacam ainda que todos os importados chegam com "certificado de quilometragem, registos na marca e garantias". Quem ali chegar e vir um carro com 100 mil quilómetros "é porque os tem mesmo". Além do mais, "hoje em dia, é muito fácil verificar o histórico através da Internet". "Só assim conseguimos ganhar a confiança dos nossos clientes".
O que mais os apoquenta agora é o prejuízo causado pelo granizo de 31 de maio. Os carros em exposição ficaram com a chapa danificada e a reparação está orçada em quase "13 mil euros". No futuro, vão cobrir o espaço para evitar aflições semelhantes.
