A vespa da galha do castanheiro, cuja disseminação está a aumentar nos soutos transmontanos, está entre as preocupações da Confraria Ibérica das Castanha, que realiza este sábado a sua assembleia-geral, durante a Norcaça - Norpesca e Norcastanha - Feira Internacional do Norte que termina domingo em Bragança.
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A praga está em progressão - já se preveem impactos de cerca de 10% na produção em 2020 - apesar da luta biológica que está em curso desde 2014, com a introdução do parasitoide "turymus sinensis" nos soutos para combater a vespa.
Em 2019 foram realizadas 180 largadas do parasita em Vinhais e cerca de 60 em Bragança, para o próximo ano estão previstas cerca de 300 no conjunto dos dois concelhos.
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está já em condições de produzir o parasita "turymus sinensis" em laboratório, que atualmente é muitas vezes adquirido no estrangeiro. "As condições foram todas estudadas. Se existirem galhas parasitadas com taxas razoáveis, o IPB pode obter o parasitoide em Bragança", adiantou Albino Bento, investigador do IBP.
A vespa da galha do castanheiro é uma das principais preocupações dos produtores face à sua disseminação. Metade da área plantada com castanheiros está infetada em Vinhais. "Em 2018 foram feitas menos de uma centena de largadas, mas temos taxas de parasitismo acima do que era esperado em alguns locais e noutros está dentro do previsto. A avaliação preliminar ao ano de 2019 indica que há 94% de instalação do parasita", explicou Albino Bento, investigador responsável pelo Projeto Transfer+Castanha. Ao abrigo deste projeto, que beneficiou de uma candidatura no valor de 700 mil euros, já foram realizadas mais de 70 ações de esclarecimento nas aldeias transmontanas sobre as pragas e doenças que afetam os castanheiros.