Colhe, pesa e paga. Hoje e amanhã, os "pomares" do Barroso vão estar de portas abertas, uma espécie de mercado ao ar livre, onde o cliente pode escolher a fruta na árvore. A iniciativa é do Ecomuseu para promover a região.
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Quando passa por Solveira e vê maçãs e pêras "tão boas" espalhadas pelo chão, o director do Ecomuseu do Barroso, David Teixeira, fica "doente". E quem diz por Solveira, diz pelas aldeias vizinhas de Santo André e de Vilar de Perdizes. Beneficiando de um clima mais ameno que outras aldeias do concelho de Montalegre, as três localidade serão, por ventura, aquelas onde existirá maior produção de fruta, nomeadamente de pêra e de maçã. No entanto, o que acontece é que as populações das aldeias em causa não tiram qualquer proveito da situação, ou, nas palavras de David Teixeira, "não levam esta produção a sério". A fruta ou é dada a amigos, ou vai para os animais ou fica espalhada a apodrecer no pé da árvores. Não tem que ser assim. Esta é a perspectiva do director do Ecomuseu do Barroso, que defende o aproveitamento económico e turístico desta produção. É, aliás, neste sentido que, já amanhã e no domingo, vai ter lugar a "Rota da Fruta". O circuito passa pelas três aldeias, onde, explica David Teixeira, as pessoas que se inscreverem "colhem a fruta que lhes interessa, pesam, pagam e vão embora". A iniciativa inscreve-se, obviamente, na estratégia de promoção do concelho por parte do Ecomuseu.
"Depois de termos ganho a batalha do património etnográfico, queremos dar mais um passo, abrimo-nos a todo o território, aproveitando as realidades de cada local", explica David Teixeira, revelando que é necessário "dizer às pessoas que só se preserva a paisagem se se produzir alguma coisa". Além disso, para este responsável é também importante que os produtores passem a ter expectativa na rentabilização económica deste tipo de produção.