Expectativa é que a declaração de venerável ocorra nos próximos meses
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O reitor do Santuário de Fátima acredita que o reconhecimento da heroicidade das virtudes da irmã Lúcia, uma das três videntes da Cova da Iria, ocorra nos próximos meses. "Gostaríamos que acontecesse neste período até à Jornada Mundial da Juventude ou que fosse o Santo Padre a trazer-nos em mãos esse presente", assumiu Carlos Cabecinhas em entrevista divulgada, esta quinta-feira, nas redes sociais do Santuário.
Referindo-se à irmã Lúcia como uma "figura incontornável" na mensagem de Fátima, o reitor sublinhou que o seu "heroísmo" não está diretamente ligado às Aparições de Nossa Senhora", mas à "forma como viveu a sua fé e como foi exemplar numa vida de escondimento".
Carlos Cabecinhas salienta que o Santuário "não tem responsabilidade direta" no processo de beatificação e canonização, mas "tem todo o interesse" que chegue a bom porto, porque "entendemos que a irmã Lúcia foi efetivamente heroica na forma como viveu a sua vivência cristã".
"A expectativa é a declaração da irmã Lúcia como venerável, o que significa o reconhecimento dessa heroicidade de virtudes", assinalou o reitor, frisando que esse passo permitirá que o processo de beatificação e canonização, iniciado em 2008, três anos depois da morte da vidente, possa progredir. Em outubro do ano passado, o processo foi formalizado no Vaticano, com a entrega do documento sobre as "virtudes heroicas" da religiosa.
Francisco e Jacinta Marto, os outros dois videntes de Fátima, beatificados por João Paulo II, no ano 2000, na sua última visita à Cova da Iria, foram canonizados pelo Papa Francisco, também em Fátima, a 13 de maio de 2017.
Na entrevista divulgada pelo Santuário, o reitor fala do momento atual que a Igreja atravessa e dos esforços que deve fazer para reconquistar a confiança dos fiéis e da expectativa que a Jornada Mundial da Juventude possa dar um "enorme impulso" à difusão de Fátima junto dos mais novos. Salientou ainda a oportunidade que os emigrantes portugueses terão de ver o Papa na Cova da Iria, dado que é a primeira vez que o chefe da Igreja Católica visita o Santuário fora do mês de maio.