Salário mínimo de cidadãos do Bangladesh, Nepal, Índia, Paquistão e Brasil não chega para as despesas no Porto.
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Há casas sobrelotadas no Porto, muitas delas sem as condições mínimas de habitabilidade, e onde vivem imigrantes que não conseguem suportar sozinhos os elevados valores das rendas. Entre os rendimentos dos cidadãos que se instalam na cidade vindos do Bangladesh, Nepal, Índia, Paquistão e Brasil, reina o salário mínimo, obrigando estes cidadãos a juntarem-se para arrendar espaços que lhes garantam pelo menos um teto.
"Aqui no Porto é muito complicado. Pedem, por um T1, 800 ou 900 euros. Um imigrante não consegue pagar isso. Juntam-se três ou quatro, para suportar a renda e as contas", nota Shah Alam Kazol, presidente da Associação Comunidade do Bangladesh do Porto. Relata que "há cada vez mais imigrantes" e "pouca habitação para longa duração".
Denúncia à polícia
O véu do problema da imigração já tinha sido levantado depois da morte de duas pessoas num incêndio num prédio na Mouraria, em Lisboa, que acomodava gente a mais. Na quarta-feira, foi a vez de o Porto acordar para as dificuldades da imigração quando uma denúncia à Polícia Municipal do Porto conduziu à deteção de um alojamento ilegal nas traseiras de um supermercado, onde viviam três adultos e três crianças. O realojamento ficou à responsabilidade da Segurança Social que, contactada ontem pelo JN, não respondeu.
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"Sei que há muitas casas sobrelotadas. Principalmente na Baixa, onde as casas são mais antigas, às vezes não têm condições. Quem é imigrante tem muita dificuldade", nota Shah Alam.