Responsável pela Região Norte do Comando Nacional de Bombeiros bate com a porta
O comandante queixa-se que o órgão é figurativo e diz que assumiu o cargo motivado por se reaver uma estrutura de comando para os bombeiros.
Corpo do artigo
O responsável pela secção Norte do Comando Nacional de Bombeiros, José Morais, renunciou ao cargo, alegando que aquela estrutura “é virtual” e que “existe apenas no papel que foi assinado”. O órgão foi criado, em abril de 2023, pela Liga Portuguesa de Bombeiros, mas nunca foi reconhecido pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Numa comunicação pessoal dirigida a outros bombeiros, a que o JN teve acesso, José Morais, que é também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Paredes, afirma que oito meses depois da criação do Comando Nacional de Bombeiros, ele existe apenas como “uma estrutura virtual”. O, até aqui, responsável pela Região Norte do Comando Nacional de Bombeiros afirma que entrou no projeto “motivado para aquilo que parecia ser um primeiro passo para reaver uma estrutura de comando para o setor”.
José Morais entende que não pode aceitar “permanecer numa estrutura absolutamente inócua” que a única coisa que faz é participar em briefings. “É até um pouco caricato renunciar a algo que verdadeiramente não existe, mas como houve um termo de aceitação, entendo que deve existir uma renúncia”, justifica o comandante.
Em abril de 2023, foram eleitos comandantes operacionais regionais, pela Liga de Bombeiros Portugueses, no âmbito de uma estrutura a que foi dado o nome de Comando Nacional de Bombeiros. Este órgão faz parte de uma tentativa dos bombeiros para recuperarem um comando nacional próprio, embora não tenha suporte legal. Por essa razão, o Comando Nacional de Bombeiros nunca foi reconhecido por organismos como a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o INEM, as autoridades policiais e mesmo alguns comandantes de bombeiros. Na prática, isto significa que o Comando Nacional de Bombeiros não tem intervenção operacional.