Habitualmente límpida, a água do rio Mau, que corre pela Reguenga, em Santo Tirso, transfigura-se num líquido branco e opaco sempre que há uma descarga poluente. A primeira foi verificada pela população no passado dia 30, um cenário que voltaria a repetir-se no segundo dia deste mês, o que levou três moradores a criar o "Movimento contra a poluição do rio Mau".
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O caso foi então denunciado às autoridades, e no terreno estiveram elementos do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Santo Tirso. Mas viria a constatar-se que o leito do rio corre poluído desde a zona da nascente, na vizinha freguesia de Seroa, já no concelho de Paços de Ferreira, tendo, por isso, o processo transitado para o NPA de Felgueiras, que, segundo o JN apurou, já colheu amostras de água, para análise.
Na segunda-feira, porém, os moradores voltaram a deparar-se com novas descargas: uma foi detetada ao final da manhã, e a segunda a meio da tarde. A GNR foi de novo alertada. "Estamos aqui com uma situação grave de poluição", lamenta Paulo Leal, antigo presidente da Junta e um dos criadores do movimento, que alerta, ainda, para o facto de as matérias poluentes atingirem o rio Leça, onde desagua o pequeno rio Mau.
O ex-autarca sublinha ainda que o rio "tem uma zona de banhos, de água límpida, que é muito usada no verão e é conhecida por Poço Negro. Se o rio for sendo poluído ao longo Inverno, quando chegarmos ao verão as coisas estão muito más". E a água do rio é também "usada pelos agricultores, porque no seu curso ele passa por zonas agrícolas", acrescenta. Em comunicado enviado ao JN, o "Movimento contra a poluição do rio Mau" destaca a preocupação com uma possível "contaminação dos produtos alimentares", concluindo que as descargas poluentes configuram "um atentado à saúde pública", pelo que "é urgente que as autoridades competentes façam parar esta grave situação".
A Junta de Freguesia da Reguenga fez saber, em comunicado publicado na página oficial de Facebook, que denunciou a situação à GNR no passado dia 2 e que "irá continuar a utilizar todos os meios institucionais e legais, junto das entidades competentes, para impedir a repetição da poluição do rio Mau".
A GNR continua a investigar, no sentido de apurar a origem das descargas poluentes.