Ricardo Silva apresentou-se oficialmente, esta quarta-feira, como candidato independente à Câmara de Braga, defendendo que o concelho “merece mais” e que é necessário aproximar a política dos cidadãos, mas garantiu que não tem “varinhas mágicas” para resolver os problemas.
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O atual presidente da Junta de Freguesia de São Victor, que ocupa o cargo desde 2013, será o cabeça de lista do movimento independente “Amar e Servir Braga”, que a partir desta quarta-feira estará no terreno para recolher as 5000 assinaturas necessárias para se apresentar a votos com um “espírito de proximidade e auscultação”.
Numa conferência de imprensa realizada junto ao edifício da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Silva disse que este movimento é uma “expressão de cidadania” que surge com o objetivo de conquistar a liderança do município para “devolver a política à pessoas, aos cidadãos, às instituições e a todos que querem fazer parte da solução”.
“Não quero criar a ilusão que esta candidatura possui uma espécie de varinha mágica para resolver todos os problemas, que são muitos e de variada ordem, mas terei a certeza de me fazer acompanhar por uma equipa dedicada, conhecedora da realidade e disposta a tornar o concelho de Braga num sítio melhor para quem cá vive, para quem cá trabalha e para quem nos visita”, vincou.
Ricardo Silva defendeu que “Braga merece uma política feita de proximidade, de transparência e, acima de tudo, de humanidade”, que vá ao encontro das “necessidades das pessoas” e possa “explicar as decisões à população para que não haja desinformação nem teorias de conspiração”.
“Se conseguirmos comunicar e explicar as opções que são tomadas para o concelho talvez consigamos aproximar as pessoas da ação política e mitigar o fosso da desconfiança. Queremos criar o laço da proximidade, incentivando a que mais pessoas queiram participar nas ações governativas”, assinalou.
Aberto a todos
O candidato garantiu que o movimento que lidera “está aberto a todos aqueles que queiram ajudar a fazer a diferença para melhor”, independentemente das filiações partidárias, num momento em que, defendeu, “os modelos partidários tendem a estar esgotados, tendem a ser descredibilizados”.
“A partir de agora vamos começar a andar de rua em rua, de porta em porta, a recolher estas assinaturas que são necessárias para formalizar o movimento independente, mas também temos a certeza que com o carinho e com o apoio que temos sentido da população facilmente atingiremos as 5000 assinaturas e ultrapassaremos essa meta”, perspetivou Ricardo Silva.
Além da Câmara Municipal, o movimento Amar e Servir Braga pretende concorrer à Assembleia Municipal e às várias freguesias do concelho, estando neste momento a preparar as equipas candidatas.
“Estamos apostados em concorrer em todas as freguesias. Sabemos, obviamente, da dificuldade inerente a estes processos. Há freguesias com poucos eleitores em que é difícil constituir listas, mas não é isso que nos vai demover e, portanto, estamos com uma equipa no terreno a tentar constituir as equipas de todas as freguesias”, garantiu.
Ricardo Silva é o quarto candidato oficializado na corrida à Câmara de Braga, depois de já terem sido confirmados os nomes de João Rodrigues (PSD), António Braga (PS) e João Baptista (CDU). O município é governado desde 2013 por uma coligação de direita liderada pelo PSD. O atual presidente da Câmara, Ricardo Rio, não se pode candidatar por atingir os três mandatos permitidos por lei.
Presidente da maior freguesia de Braga, que tem mais de 25 mil eleitores, Ricardo Silva está a cumprir o terceiro mandato no executivo da Junta de São Victor. Em 2013 e 2017, foi eleito nas listas da coligação liderada pelo PSD. Em 2021, avançou como independente e voltou a ganhar, tendo a coligação ficado em segundo lugar.