Robô deteta ligações ilegais e estado das caixas de saneamento

A empresa municipal de água e saneamento de Guimarães, a Vimágua, está a fiscalizar as caixas de saneamento de todo o Centro Histórico da cidade para detetar defeitos na rede como fissuras ou ligações ilegais. O trabalho conta com a ajuda de um robô que tem instalada uma lanterna e uma câmara de vídeo.

O objetivo inicial do robô era testar o estado de conservação de cada uma das caixas de saneamento, ao nível da ausência de fissuras, estado das paredes e fundo. Esse trabalho continua a ser feito, mas o robô também deteta "a afluência de ramais que estejam instalados e estejam a trazer águas pluviais ao coletor de saneamento", revela Armindo Costa e Silva, presidente da Vimágua.

Reflexos na fatura

O acesso das águas pluviais ao saneamento, sendo um problema de todos os prédios antigos do país, pode fazer com que ocorram transbordos de esgoto para a via pública, ao mesmo tempo que aumenta "de forma drástica" a fatura que a empresa municipal paga pelo tratamento de águas residuais, adianta Costa e Silva.

Isto significa que o robô não só deteta o estado dos 800 quilómetros da rede de saneamento de Guimarães, como encontra as ligações ilegais que vão permitir melhorar o ambiente urbano e reduzir a despesa pública.

O JN acompanhou a ação de fiscalização no Centro Histórico. Primeiro limpam-se as condutas e só depois é inserido o robô numa das caixas de saneamento. Uma vez lá dentro, percorre todo o tubo até à caixa seguinte, onde o robô é retirado. No percurso, um técnico procede à gravação das imagens e acompanha o vídeo em tempo real, munido de um mapa que descreve a ligação subterrânea do saneamento daquela zona.

Em cada ligação ilegal detetada, os proprietários são notificados para procederem à reparação. Com este e outros métodos, a empresa municipal já fiscalizou "dezenas de milhares de prédios" em Guimarães e Vizela, detetando "centenas de ligações" ilegais, refere o mesmo responsável.