Foi a primeira vez que, sob a presidência de Rui Moreira, a Câmara do Porto assinalou a entrada no novo ano chinês junto aos Paços do Concelho. Na tarde desta sexta-feira, no final de uma cerimónia marcada pela dança do dragão, símbolo do poder na China, o autarca quis agradecer o apoio dado por aquele país "para trazer para o Porto os ventiladores e as máscaras", quando "as coisas se complicaram com a pandemia".
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"Dizer obrigado é uma maneira de ser portuense, também", acrescentou, realçando o "enorme significado" que a comunidade chinesa tem para a cidade e recordando que há dois restaurantes chineses no leque de "lojas de tradição no Porto".
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A iniciativa contou com a presença de Zhao Bentang, embaixador da China em Portugal, e também de Manuel Pizarro, ministro da Saúde, que, a par do autarca, protagonizaram os rituais que levam ao despertar do dragão, antes da dança. O espetáculo propriamente dito foi da responsabilidade de 15 elementos da escola de artes marciais chinesas She-Si, do Porto, a única em Portugal com uma equipa profissional de dança do dragão.
Diogo Santana, responsável pela equipa, explicou ao JN que este cerimonial tem por objetivo "abrir o novo ano com as melhores energias possíveis". O ato de acordar o dragão passa por pintar de vermelho os olhos e a língua e, no fim, aspergir a cabeça do bicho com água.
O novo ano chinês - o ano do coelho - começa neste domingo. O presidente da Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal-China e da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, espera que seja um ano de "paz, felicidade e sossego, para o Mundo, para Portugal e para a China".
Segundo a tradição chinesa, o dragão é símbolo do poder e também da boa sorte. Ao entrar num novo ano, o dragão tem de ser acordado, de forma a acordar também as boas energias. Foram dez os elementos da escola She-Si que fizeram o dragão serpentear, enquanto outros cinco asseguraram a percussão que acompanha a dança. A cadência dos tambores simboliza o bater do coração do dragão.