O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse acreditar que a construção de um parque de estacionamento no Largo de Cadouços, na Foz Velha, "continua a ser importante", mas que não está "disponível para dramas".
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"A nossa convicção é que um parque mais pequeno continuava a ser importante", afirmou Rui Moreira durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto.
O autarca, que respondia a uma questão levantada pelo eleito da CDU Rui Sá sobre a intenção, anunciada em outubro de 2020, de avançar com a construção de um parque de estacionamento no Largo de Cadouços, afirmou que a infraestrutura seria "importante" para os moradores que vivem na envolvência, mas também para os comerciantes da Senhora da Luz.
"Estamos à espera de que a junta nos diga se quer ou não. Não sei se quer ou não. Não estou muito disponível para dramas", afirmou o autarca, instando a junta de freguesia a dizer à população "que não quer o parque".
"Não vamos fazer dramas. Pelos vistos criou-se um movimento para não se fazer o parque. Agora vão é ter de explicar aos comerciantes da Senhora da Luz que não querem o parque. Há lutas que não vale a pena ter", acrescentou.
A Lusa tentou contactar o presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Tiago Mayan, mas até ao momento sem resposta.
Em outubro de 2020, a Câmara do Porto revelou estar a estudar a possibilidade de lançar um concurso único para construção e concessão de um novo parque de estacionamento no Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles, vulgo Largo de Cadouços, retomando um projeto de 2017.
A construção do parque de estacionamento foi contestada por um grupo de moradores que, numa petição, condena a ameaça ao património histórico.
Inicialmente o projeto previa uma capacidade instalada de cerca de 200 lugares, número que, entretanto, foi revisto para metade.
Questionada pela Lusa, a Câmara do Porto recusou à época a ideia de que a construção do parque punha em causa o jardim, salientando que, pelo contrário, estava prevista a "sua recuperação arquitetónica e paisagística".
A autarquia explicou ainda que foi a dinâmica da Mobilidade na Cidade, nomeadamente na zona ocidental, que levou à ponderação sobre qual seria a tipologia mais indicada para este parque, tendo-se concluído pela redução da sua capacidade para cerca de 100 lugares, e um funcionamento exclusivo para avenças de moradores e comerciantes, retirando-se a componente de rotação.