Câmara desvendou o nome da primeira embarcação para viaturas e passageiros 100% elétrica a operar no Sul da Europa.
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"Salicórnia" é nome de uma planta que existe nas marinhas de sal de Aveiro, outrora vista como erva daninha e atualmente utilizada na cozinha "gourmet". Mas "Salicórnia" também é, a partir de agora, a denominação do novo ferryboat elétrico, que está a ser construído por encomenda da Câmara aveirense, para fazer a ligação de cerca de 15 minutos entre o Forte da Barra e São Jacinto, já a partir do verão. O nome da embarcação foi divulgado pela Autarquia, quinta-feira, numa visita aos estaleiros da Navaltagus, no Seixal.
O "Salicórnia" vai ser o primeiro ferryboat 100% elétrico a ser construído e a operar em Portugal e no Sul da Europa. E substituirá o atual ferry, o "Cale de Aveiro", que tem cerca de 70 anos e propulsão a combustíveis fósseis. A mudança para a alimentação a energia elétrica permitirá, segundo a Câmara, "retirar 300 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera".
"Isolamento, parte elétrica e acabamento da parte hoteleira, que inclui a colocação de barcos e os interiores", é, de acordo com Francisco Barbosa, diretor do Estaleiro da Navaltagus, o que falta para o novo ferryboat estar concluído. Por isso, mantém-se a perspetiva da Câmara de Aveiro de o colocar em funcionamento no próximo verão.
Em fase de visto de Tribunal de Contas encontra-se, adiantou Ribau Esteves, presidente do Município, a empreitada do sistema de carregamento. "Dentro do navio tem a "fêmea" do sistema. E o "macho" fica nas plataformas que serão construídas dentro de água, mas junto aos cais. Uma do lado de São Jacinto e a outra na margem do Forte da Barra", explicou o autarca.
250 passageiros e 19 carros
Com 38 metros de comprimento, a embarcação - cujo custo final, já com o sistema de carregamento, custará nove milhões de euros - tem dois pisos destinados aos utilizadores. O de baixo, coberto, terá lugar para 19 automóveis (mais seis do que o "Cale de Aveiro") e zona de sanitários. Já o de cima, com duas partes ao ar livre e uma com cobertura, terá espaço para cerca de 250 passageiros, que é um pouco mais do dobro do que o ferryboat atual.
No piso que fica abaixo da linha de água, é a zona onde fica toda a estrutura eletrónica e de propulsão do navio. No terceiro piso, no topo, situa-se a ponte de comando da embarcação, onde também só a tripulação tem acesso.
Pouco barulho
A Câmara realça o facto de o novo ferryboat produzir "níveis de ruído baixos" e de proporcionar maior conforto aos passageiros.
Circulação limitada
Ao contrário do que acontece atualmente, quando os passageiros quiserem sair das suas viaturas só poderão circular no piso superior. Passa a ser proibido estarem em pé junto aos carros.