Aprovou contrato de milhão e meio para instalação de sistemas de alimentação do novo navio nos dois cais
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O novo ferry elétrico de Aveiro, o Salicórnia, recebeu uma nova "carga" com o Tribunal de Contas a visar o contrato entre a Câmara e um agrupamento de empresas (Ahlers Lindley e ETG) para a execução dos sistemas de carregamento do navio que fará a ligação entre São Jacinto e o Forte da Barra, pelo valor aproximado de 1,5 milhões de euros, informou esta terça-feira o município.
Os sistemas de carregamento ficarão localizados em plataformas instaladas em zona próxima aos cais de atracação do Salicórnia, em São Jacinto e no Forte da Barra, e poderão ser operados por sistema automático ou manualmente, "fator importante na operacionalidade das travessias e no cumprimento dos horários dos transportes fluviais de Aveiro", refere a autarquia.
Esta decisão é conhecida depois da Câmara ter adjudicado à empresa E-REDES (antiga EDP), pelo valor de 162 mil euros, os trabalhos de ligação à rede elétrica, nas imediações dos dois cais de atracação da embarcação.
O Salicórnia vai ser o primeiro ferryboat 100% elétrico a ser construído e a operar em Portugal e no sul da Europa. E substituirá o Cale de Aveiro, que tem cerca de 70 anos e propulsão a combustíveis fósseis. A mudança para a alimentação da energia elétrica permitirá, segundo a Câmara, "retirar 300 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera".
Pronto no verão
O ferry elétrico está a ser construído no estaleiro da Navaltagus, no Seixal, representando um investimento total de nove milhões de euros. No passado dia 1, durante uma visita organizada pela autarquia à Navaltagus para ver a embarcação, o diretor do estaleiro, Francisco Barbosa, revelou que para acabar o navio, faltava o "isolamento, a parte elétrica e acabamento da área hoteleira, que inclui a colocação de bancos e os interiores". A Câmara mantém a perspetiva de o colocar em funcionamento este verão.
Com 38 metros de comprimento, a embarcação tem dois pisos destinados aos utilizadores. O de baixo, coberto, terá lugar para 19 automóveis (mais três do que o Cale de Aveiro) e zona de sanitários. Já o de cima, com duas partes ao ar livre e uma com cobertura, terá espaço para cerca de 250 passageiros (mais do dobro do que o ferryboat atual).
Mesmo tempo
Apesar do ferry elétrico ter potência para fazer a ligação entre o Forte da Barra e São Jacinto em metade do tempo do atual navio, que demora 15 minutos, o Salicórnia irá demorar o mesmo devido ao limite de velocidade no canal da ria (5 nós, cerca de 9 km /h).