Há dois dias que o Governo tem vindo a emitir despachos consecutivos, abrindo exceções para algumas empresas de Ovar poderem laborar. O presidente da Câmara, Salvador Malheiro, considera que não tem havido equidade nestas decisões e pede que a medida contemple todas as empresas do concelho.
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Desde que foi decretado o estado de calamidade em Ovar e implementada a cerca sanitária, que as empresas de bens não essenciais estavam proibidas de laborar.
Na segunda-feira, o Governo fez um despacho abrindo uma exceção a oito empresas do concelho que, apesar de não serem de bens essências, tinham, agora, autorização para retomar a laboração.
A medida mereceu forte contestação por parte dos empresários excluídos. Hoje, o Governo emitiu mais dois despachos estendendo as exceções a um total de 30 empresas do concelho.
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Mesmo assim, os ânimos não serenaram e o presidente da Câmara Municipal veio a público dar voz aos protestos, defendendo a abertura de todas as empresas na próxima terça-feira, dia 14.
"Tendo em conta as exceções que foram abertas pelo ministro da Economia, permitindo a abertura de cerca de 30 empresas, defendo que a medida seja alargada a todas as outras", confirmou.
Salvador Malheiro diz que se trata de uma questão de "justiça elementar". "Não pode haver uma empresa tratada de uma maneira e outras que produzem o mesmo produto terem tratamento diferente".
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O autarca refere que as pequenas empresas "não podem estar a ser alvo de medidas diferentes das restantes" e que, por isso, "tem que haver uma decisão atempada nesse sentido [abertura de todas as empresas]".
Uma decisão que justifica com a tendência positiva na evolução de novos casos de Covid-19 em Ovar, mas, "impondo regras apertadas de funcionamento das empresas. Não pode haver risco de deitar a perder todo o trabalho que até aqui foi feito na defesa da saúde da nossa população".
Às críticas que têm surgido por parte dos partidos da Oposição sobre a sua alegada influência nestas exceções de laboração, o presidente da Câmara Municipal reitera que não está na origem das mesmas. "Foi uma decisão do senhor ministro de Economia".
"A atual situação em Ovar exige que o momento seja de união. Apelo a todos que se juntem neste esforço pelo bem coletivo, porque isso é o mais importante", concluiu.