A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim inaugurou, esta terça-feira, a requalificação e ampliação da sua Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI). A obra levou quase quatro anos e custou 2,9 milhões de euros. A instituição acolhe, agora, em lar, 98 idosos. Em dia de festa, o provedor, Virgílio Ferreira, pediu ajuda à Câmara para acabar a obra.
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"Precisamos de uma ajuda do município para podermos concluir esta obra", afirmou Virgílio Ferreira, explicando que, em vez dos iniciais 1,9 milhões de euros, a obra custou, afinal, 2,9 milhões, fruto de uma desistência de empreiteiro que obrigou a abrir novo concurso, "perder" mais de um ano e ver, fruto da guerra e da pandemia, subir - "e muito" - os preços.
Agora, há um piso -1 para concluir e o desafio da Santa Casa é aumentar a fisiatria, que "não consegue dar resposta a tantos pedidos" e, assim, aumentar as receitas de uma instituição que, como tantas outras, vive a braços com dificuldades diárias.
"Portugal é o 3.º país mais envelhecido da Europa. Hoje, as ERPI são muito diferentes das tradicionais. Queremos, cada vez mais, ajudar as pessoas a ter uma vida longa e boa", frisou Maria Amélia Ferreira, da União das Misericórdias do Porto.
No novo edifício, inaugurado no dia dos 267 anos da instituição, há "muita luz, muito espaço para deambulação, grandes janelas abertas para a cidade, revestimentos duráveis, quartos espaçosos".
Agora, o presidente da Câmara, Aires Pereira, promete apoiar a conclusão do -1. "Não será por aí que não teremos mais um equipamento para servir a Póvoa. Há muita gente que acha que tem que ser tudo estatal. Não tenho esse entendimento. Quem está no terreno, quem tem melhores condições, deve fazê-lo", frisou o edil, lembrando que, no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano) a Câmara abdicou de quase quatro milhões de euros, em prol de duas instituições locais - a Santa Casa e o MAPADI.
"O Estado cada vez está mais longe. Cada vez nos delega mais responsabilidades e menos meios", lamentou ainda Aires Pereira, prometendo ser sempre "um parceiro" e "parte da solução". O presidente da Câmara da Póvoa, que cumpre o seu terceiro e último mandato, foi ainda distinguido como irmão honorário da Misericórdia com a Medalha de Ouro "pelos relevantes serviços prestados à instituição".