A CIM do Tâmega e Sousa investiu mais de 385 mil euros na defesa da floresta. Ao todo, são 30 os elementos que dão corpo a duas Brigadas de Sapadores Florestais da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM- TS) que estão em permanência no terreno em trabalho de prevenção dos incêndios florestais
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Até há uns meses, Fátima Queirós, 38 anos, mãe de gêmeas era cozinheira num restaurante em Santa Marinha do Zêzere, no concelho de Baião. A pressão inerente à profissão aliada à pressão da vida familiar levou-a quase à loucura. Pediu apoio psicológico, despediu-se e, em ato contínuo, candidatou-se ao lugar de sapador florestal. Trocou os tachos e panelas pela máquina roçadeira, a pressão da cozinha pelo ar livre das serras do Marão, Aboboreira e Montemuro e trocou um ordenado “razoável” de cozinheira pelo ordenado mínimo nacional que aufere um Sapador. “Voltava a fazer o mesmo. Aqui sinto a cabeça limpa. É como se fosse ao ginásio. Trabalho durante a manhã, num turno de oito horas, a seguir tomo banho e estou pronta para o resto do dia com a família”, revela, ao JN, Fátima durante uma pausa na limpeza de mato no lugar do Portal da Freita, na encosta poente da serra do Marão.
Ao escolher uma nova vida, Fátima passou a ser um elemento ativo que corporiza a estratégia da CIM do Tâmega e Sousa para proteção contra incêndios, iniciada em 2018. Ao todo, garante a CIM-TS, “já foram investidos mais de 340 mil euros” na instalação de redes de defesa em cerca de 635 hectares de floresta dos concelhos de Amarante, Baião e Cinfães, municípios que possuem áreas classificadas como de média e de muito alta perigosidade a incêndios florestais.