Os sem-abrigo de Lisboa vão ter mais 240 habitações e alojamento de emergência com 25 vagas, por um período de um ano, no âmbito do programa "Housing First", que dá uma casa transitória e apoio social a pessoas sem teto. Para isso, a Câmara aprovou esta quarta-feira um investimento de dois milhões de euros.
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Taxa de sucesso de 90%
A Câmara de Lisboa aprovou, esta quarta-feira, em reunião do executivo, o financiamento de seis projetos de "Housing First", num investimento de "cerca de dois milhões de euros".
O Novo Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, que será apresentado até ao final do ano, ambiciona aumentar o número de vagas de alojamento na cidade das atuais 1050 para 1700, confirmou ao JN com fonte oficial da Autarquia.
As associações que acompanham sem-abrigo na gestão da casa pagam 70% do valor da renda através de financiamento do município, que na terça-feira foi reforçado. Entre os beneficiários desta verba, para os projetos "Housing First", estão a Associação para o Estudo e Integração Psicossocial, com 90 habitações, a Crescer na Maior - Associação de Intervenção Comunitária, com 70, o GAT - Grupo de Ativistas em Tratamento e a VITAE - Associação de Solidariedade e Desenvolvimento Internacional, que terão financiamento para 40 habitações cada uma.
A AVA - Associação Vida Autónoma receberá financiamento da autarquia para dar continuidade ao projeto "Residência Solidária de Lisboa", destinado a acolher 25 pessoas em situação de sem-abrigo. No total, serão mais 240 casas.
A Câmara diz que o programa tem tido uma taxa de sucesso de "cerca de 90%" e lembra que "quanto maior for a antecipação na atribuição de uma casa de transição à pessoa que cai na situação de sem-abrigo, maiores as probabilidades de sucesso na sua reintegração".
A vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Sofia Athayde, autora das propostas ontem aprovadas, referiu, em comunicado, que "as casas de transição acompanhada estão a demonstrar resultados encorajadores na reintegração das pessoas em situação de sem-abrigo, evitando que retornem à rua e permitindo o seu acompanhamento de saúde, entre ele o psicossocial, essencial para debelar este fenómeno".