Câmara vai solicitar a Indicação Geográfica Protegida do fruto vermelho, que a partir de hoje e até domingo tem uma feira no Parque Urbano da vila.
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A Câmara de Sever do Vouga vai avançar com um processo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) do mirtilo. A informação foi divulgada pelo presidente da autarquia, Pedro Lobo, a propósito da 15ª Feira Nacional do Mirtilo que arrancou esta sexta-feira naquele concelho.
Segundo o autarca, o processo de IGP avança no próximo ano e pretende “diferenciar” o mirtilo de Sever do Vouga e "defender os produtores e produto”. Nessa altura, Pedro Lobo irá também oferecer ao município, “sem qualquer custo”, a marca registada “Mirtilo de Sever do Vouga”, que ele conseguiu a título individual quando ainda não era presidente da Câmara.
O município já é detentor das marcas “Sever do Vouga Capital do Mirtilo” e “Feira Nacional do Mirtilo”, que custaram “centenas de milhares de euros ao município”, refere ainda o edil.
A feira, que decorre no Parque Urbano no centro da vila, foi inaugurada esta manhã e prolonga-se até domingo. Vai incluir, para além da venda do fruto (preço médio de seis euros o quilo), atividades como workshops com chefs de cozinha e visitas a plantações para apanha de mirtilo.
O cartaz musical inclui, esta noite, a atuação de Nuno Ribeiro (22 horas). Amanhã sobe ao palco Matias Damásio (22 horas) e, no domingo, é a vez de Quim Barreiros (17 horas).
“Ano difícil”
Segundo Pedro Lobo, este é “um ano difícil para fileira do mirtilo, sobretudo por causa das condições climatéricas”. O inverno pouco frio, seguido de chuva tardia e temperaturas médias elevadas provocaram “podridão e aparecimento da Drosófila Suzuki (mosca)”. “Em termos de mosca, este é o pior ano de sempre”, sublinha o edil.
O arranque da campanha, em meados de maio, até foi “excelente”, diz José Sousa, presidente da cooperativa Mirtilusa. Mas, acrescenta Francisco Silva, da cooperativa Bagas de Portugal, depois “infelizmente tivemos chuva” e “disseminou-se a mosca da fruta” o que “prejudicou” a colheita.
Isto dificultou a venda do produto fresco, que é quase todo exportado para o centro e norte da Europa, e reforçou a intenção da Bagas de Portugal de avançar ela própria para a transformação. A ideia é evitar que mirtilo que está bom, mas já não consegue ser exportado para vender fresco, seja pago a “cêntimos” por empresas de transformação, gerando grandes perdas. Francisco Silva diz que a intenção é conseguirem "desidratar ou transformar em farinha”.