Projetos em Sever do Vouga ficam por votar após discussão entre o Executivo

Foto: Pedro Amadeu Lobo / Facebook
A última reunião do Executivo da Câmara de Sever do Vouga terminou sem que os pontos previstos na ordem do dia fossem votados. Tudo porque uma discussão entre o presidente da autarquia (PSD) e os vereadores da Oposição (CDS e PS) levou os membros democratas-cristãos e socialistas a abandonarem a sala. Dessa forma, a sessão ficou sem quórum, impossibilitando a aprovação.
A sessão ocorreu na última quarta-feira. A discussão teve início entre Pedro Lobo, presidente da Câmara, e António Coutinho, vereador do PS, quando foi debatido um assunto relativo à uma reunião de agosto. Nessa altura, Ricardo Silva - o eleito pelo CDS que, há dois meses, viu os pelouros que tinha atribuídos serem-lhe retirados por Pedro Lobo, por falta de confiança política, depois de ter apresentado uma candidatura às eleições autárquicas contra a atual liderança - entrou na reunião, já atrasado, e uniu-se à discórdia.
Ricardo Silva alega que Pedro Lobo, "ao arrepio do regimento e da lei, decidiu proibir os vereadores, designadamente do CDS, de falar na reunião da Câmara". António Coutinho disse, ao JN, que foi "mandado calar" pelo edil. Ambos decidiram abandonar a sala, juntamente com mais um vereador socialista. Na reunião - que era a última do mandato - ficaram, apenas, dois vereadores do Executivo, do PSD - que tinha o terceiro elemento da equipa ausente. Sem quórum, não puderam ser votadas propostas como um apoio de 350 mil euros à Associação Pró Cidadão Deficiente Integrado, destinado à unidade de saúde mental, o projeto de uma nova creche e o apoio à compra de um veículo de combate a incêndios.
"Estratégias políticas"
Pedro Lobo garante que "é completamente falso" que não tenha deixado a Oposição falar. E argumenta que o que aconteceu na reunião foi "uma tentativa, concertada entre PS e CDS, de impedir a votação".
"O único objetivo foi impedir que déssemos os apoios, conforme tínhamos o compromisso, para daí retirar benefícios e ganhos políticos", acusa o autarca, sublinhando que os seus opositores "colocaram estratégias políticas acima dos interesses da população". Uma reunião extraordinária, para votação exclusiva dos pontos em causa, já foi marcada para a próxima semana, dia 29 (segunda-feira).
