Sindicato diz que trabalhadores integrados na Polícia Municipal de Lisboa estão a fazer rusgas
O Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa acusou, esta sexta-feira, a autarquia de obrigar trabalhadores reafectados à Polícia Municipal a desempenharem rusgas e policiamentos, "colocando em risco a sua própria integridade física e moral".
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Em comunicado, o sindicato afirma que doze trabalhadores oriundos de vários serviços da câmara foram transferidos para a Polícia Municipal " com o objectivo de substituírem os efectivos policiais subaproveitados em tarefas administrativas", mas que estão a fazer "rusgas, policiamento ou até detecção de tráfico de estupefacientes".
Estes trabalhadores estão a ser "envolvidos em funções que estão completamente fora do seu perfil funcional e que devem ser desempenhados por polícias municipais única e exclusivamente".
O sindicato indica que o objectivo da afectação procurava "libertar um maior número de Policias Municipais para o cumprimento das suas verdadeiras funções", mas que o que "se veio a verificar foi completamente o oposto".
"Os trabalhadores da autarquia transferidos para a Polícia Municipal foram incumbidos de acompanhar os elementos policiais nas operações de fiscalização e policiamento, nas feiras e nas ruas de Lisboa, constatando-se inclusivamente, situações em que desempenharam estes serviços sem qualquer tipo de acompanhamento policial", descreve o sindicato.
O sindicato denuncia ainda que três destes trabalhadores foram detidos pela PSP na Feira da Ladra pelo "uso indevido de fardas ou equipamento de forças de segurança oficiais".
Além disso, o mesmo comunicado dá conta de que o comando da Polícia Municipal "desprezou ainda os habituais horários de trabalho e impôs o trabalho por turnos sem consultar trabalhadores nem o sindicato, como determina a lei" e que os funcionários não sabem se o trabalho extraordinário e o subsídio de turno "será efectivamente pago".
Contactados pela Lusa para esclarecimentos acerca das acusações do sindicato, a Polícia Municipal e a Câmara de Lisboa não deram até ao momento qualquer resposta.