A Câmara de Matosinhos refuta responsabilidades pelo atraso nas soluções para o trânsito, em particular na A28 e na VCI. Ao contrário do que foi dito pela Câmara do Porto, a autarquia presidida por Luísa Salgueiro garante que o Estado é que têm vindo a chumbar propostas.
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E, tal como a Maia, mantém o apoio às medidas avançadas pelo grupo de trabalho, criado em 2020, que contam com o apoio dos transportes de mercadorias.
Depois de ter sido constituído o grupo de trabalho, avançaram-se com 27 medidas para desviar o trânsito de pesados na VCI. Mas , segundo acusou, há uma semana, o movimento de Rui Moreira, terão sido travadas por Matosinhos.
Contactada pelo JN, a autarquia liderada por Luísa Salgueiro recusa comentar. Mas mantém que continua a apoiar as medidas do grupo de trabalho e aponta o dedo ao Estado, por inviabilizar várias soluções para a A28.
"A Infraestruturas de Portugal (IP) ficou, há quatro anos, de estudar a introdução de um canal de transporte público mas, até agora, a única informação de que dispomos é que é incompatível", aponta a autarquia.
A Câmara de Matosinhos lembra que, há vários anos, procura aprovar "inúmeras saídas da A28 para descongestionar a rotunda AEP, que têm sido sucessivamente chumbadas pela IP e pelo Instituto de Mobilidade e Transportes". A única solução viabilizada foi a do viaduto sobre a A28 (Estádio do Mar/Senhora da Hora), "construído a expensas da Autarquia".
IP remete-se ao silêncio
Tal como Matosinhos, a Câmara da Maia vinca que continua a concordar a "100%" com as propostas do grupo de trabalho. Para o autarca Silva Tiago, "ontem já era tarde" para a IP implementar as medidas.
Por sua vez, a Câmara do Porto diz que algumas "já se encontram implementadas e outras estão em fase de elaboração de projeto". Faltam as que são "dependentes da tutela": a alteração das portagens e a implementação de radares.
As medidas estão a ser acompanhadas pela Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários e de Mercadorias (ANTRAM), que procura assegurar "a melhor e mais viável solução para o setor".
"É incontestável a urgência em encontrar uma alternativa à VCI", concorda o administrador da empresa de transitários, Portocargo, Mário de Sousa, considerando que "faz sentido que o trânsito, em vez de atravessar a VCI, possa utilizar a A41".
Apesar de vários esforços, não foi possível obter um comentário da IP.
Investimento do lado do Porto
O grupo de trabalho constituído pelas Câmaras do Porto, Maia e Matosinhos e pela IP, anunciou, em abril de 2021, 27 medidas, entre as quais a retirada de duas portagens da A4 e a criação de um novo pórtico na A28 (a sul da saída para a A41) e a sul da A4.
As medidas já implementadas pela Câmara do Porto são: sinalização dinâmica (91 mil euros); instalação de painel de mensagem variável na Avenida AEP, na Avenida de Faria Guimarães e no nó das Antas; melhoria das marcas rodoviárias na entrada da cidade, nas Antas (aproximadamente 750 euros); ligação da Rotunda do Bessa à Rua de Frederico Ozanam (750 mil euros).