Suspeita de crime no incêndio que dizimou armazém de resíduos do complexo do Cachão
Um incêndio deflagrou terça-feira à noite numa antiga fábrica, do complexo do Cachão, no concelho de Mirandela, que agora serve de armazém a uma empresa de papel e onde se encontravam armazenados fardos de plástico e outros resíduos. Veja o vídeo.
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O alerta foi dado por volta das 21 horas e para o local deslocaram-se de imediato cerca de uma centena de bombeiros de várias corporações dos distritos de Bragança e Vila Real que conseguiram controlar as chamas já pela madrugada.
A principal preocupação dos operacionais foi de impedir a propagação do fogo às restantes fábricas do complexo que ainda estão a laborar, dado que o armazém onde começou o incêndio é contíguo a uma fábrica de transformação de castanha.
O incêndio foi dominado ao início da manhã e encontra-se na fase de rescaldo. Não há registo de feridos, mas o Instituto Nacional de Emergência Médica montou, por precaução, um posto avançado no local.
Os habitantes do Cachão não continham a revolta. "Isto é uma vergonha para os presidentes das câmaras de Mirandela e Vila Flor que não souberam ouvir as preocupações do povo", afirma Pedro Fonseca.
Este membro da Assembleia Municipal de Mirandela, pela CDU, que por diversas ocasiões alertou para os perigos que podiam advir do depósito de resíduos naquele armazém, estava desolado porque os seus apelos "caíram em saco roto".
No entanto, para António Morgado, um dos administradores da Agro-Industrial do Nordeste (AIN), que gere aquele espaço, tudo indica que este incêndio teve mão criminosa.
"Parece ter sido uma coisa muito bem estudada para destruir precisamente aquele armazém", afirma António Morgado que espera pelo resultado das investigações deste incêndio.