<p>As buscas para tentar localizar os dois pescadores que hoje, quarta-feira, desapareceram ao largo de Caminha, na sequência do naufrágio da traineira em que seguiam, foram suspensas e serão retomadas quinta feira, informou o comandante da Capitania local.</p>
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Segundo Mamede Alves, durante o dia de hoje estiveram envolvidos quatro helicópteros, um navio patrulha e uma corveta da Marinha.
Botes e lanchas da Marinha, GNR e dos bombeiros também colaboraram nas operações, mas as buscas ainda não surtiram efeito.
Durante a noite, a costa será patrulhada por elementos da Polícia Marítima, para a eventualidade de os pescadores serem arrojados pela maré.
Encontrado o corpo de um dos pescadores desaparecidos em Caminha
O naufrágio de uma embarcação, esta madrugada, na foz do Rio Minho arrastou cinco homens para o mar. Dois foram resgatados com vida por outros pescadores; um corpo foi entretanto encontrado e há dois desaparecidos.
O corpo de um dos pescadores que estavam dados como desaparecidos foi encontrado, cerca das 10.30 da manhã, perto da praia de Moledo, Viana do Castelo. A vítima mortal confirmada do naufrágio é irmão de um dos dois pescadores ainda desaparecidos.
O outro desaparecido é irmão de um dos dois sobreviventes do naufrágio. Está por localizar, também, o cunhado de um dos pescadores. O naufrágio ocorreu, esta madrugada, na ínsua do Rio Minho, em Caminha. O alerta foi dado cerca das 5.30 horas da manhã.
Os pescadores, na casa dos 40/50 anos, são todos homens com muita experiência no mar. Um dos sobreviventes é o patrão da embarcação naufragada, baptizada como "Vimar".
Suspeita-se que um golpe de mar tenha estado na origem do naufrágio, que virou a embarcação e arrastou cinco homens para as águas. Dois foram resgatados com vida por outros pescadores, que os encontraram agarrados a bóias e destroços do barco. Sofreram ferimentos ligeiros e foram transportados para o Hospital de Viana do Castelo.
"Apresentavam sinais de hipotermia e um deles aparentava ter um traumatismo torácico", disse ao JN o comandante Mamede Alves, da Polícia Marítima de Caminha. "Infelizmente não usavam coletes", lamentou aquele oficial, deixando o alerta a todos os homens do mar. Segundo a lei, os barcos são obrigados a ter coletes salva-vidas a bordo, mas os pescadores são livres de os usar ou não.
Segundo Mamede Alves, "ainda é cedo para determinar ao certo as razões do naufrágio", mas após uma "breve conversa com os sobreviventes", conclui-se que o naufrágio pode ter ocorrido "quando a embarcação foi apanhada por duas ondas superiores à ondulação média", que na altura seria de 1 a 2 metros.
Um helicóptero de socorro espanhol, estacionado em Vigo, foi o primeiro a chegar ao local. "O que está em causa são vidas humanas, por isso não interessa de onde vêem. A nossa preocupação é accionar todos os meios ao alcance", explicou o comandante Mamede Alves, salientando a cooperação que há entre Espanha e Portugal.
A Polícia Marítima de Caminha deslocou para o local três embarcações. Participam, ainda, nas buscas um salva-vidas da Polícia Marítima de Viana do Castelo, uma lancha de fiscalização da Marinha e respectivo bote de apoio, uma lancha da GNR de Caminha, e um bote da Polícia Marítima espanhola.
Além dos meios da Polícia Marítima e da Marinha, estão no local 15 bombeiros dos Voluntários de Caminha, apoiados por seis viaturas e um bote. Uma unidade dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora, com quatro homens e uma viatura, e uma patrulha da GNR de Caminha estão também envolvidos nas buscas.
Estão mobilizadas, ainda, dois helicópteros, um de Emergência Socorro e Assistência da Protecção Civil e outro do Exército Português. O "heli" espanhol, que foi primeiro a chegar ao local já regressou a Vigo para reabastecer.