As operações para localizar o homem que desapareceu na tarde de segunda-feira no mar, na zona da Ribeira Brava, foram suspensas pelas 14 horas, por causa das condições meteorológicas e do mar, revelou o comandante da Zona Marítima da Madeira.
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"Face ao agravamento das condições meteorológicas no local, em especial do vento forte que se faz sentir, bem como da agitação marítima, decidi cerca das 14 horas, suspender as operações a partir do mar, que têm vindo a ser apoiadas pelo navio-patrulha Cacine, por considerar não estarem reunidas as condições de segurança necessárias e a sua eficiência", declarou Pedro Amaral Frazão, garantindo, contudo, a manutenção da "vigilância visual junto da linha de costa naquela zona".
O responsável adiantou que, "na parte da manhã, as buscas subaquáticas foram realizadas a grande profundidade, abaixo dos 40 metros, com recurso ao veículo autónomo não tripulado operado por militares do Destacamento de Mergulhadores Sapadores que se encontram na região" desde quarta-feira.
"Em resultado desta parte da operação foram obtidas imagens sonar (acústicas e de reflexão de objectos que se encontram no fundo), como também fotografias", explicou o capitão do porto do Funchal, referindo que as buscas subaquáticas se concentraram "na área próxima dos dispositivos de aquacultura, em torno do provável ponto de queda do mergulhador desaparecido".
"Para que as pessoas tenham uma ideia, a área coberta pelo equipamento, só esta manhã, corresponde a cerca de seis campos de futebol, tendo-se obtido mais de 5000 fotografias e imagens sonar que estão, agora, a ser detalhadamente analisadas", realçou Pedro Amaral Frazão.
O comandante adiantou que durante a manhã, para além das buscas visuais, "o grupo de mergulho forense da Polícia Marítima conduziu buscas subaquáticas em baixa profundidade (até seis metros) junto à linha de costa numa extensão aproximada de 800 metros".
Sobre as operações, com cerca de 50 militares e militarizados da Marinha, Pedro Amaral Frazão esclareceu que estão estabelecidas várias prioridades: a manutenção das buscas visuais a partir de terra, a análise e validação dos dados obtidos pelo veículo autónomo não tripulado e ainda o teste aos equipamentos.
"Finalmente, e em função dos dados obtidos, bem como da previsão meteorológica, planear as actividades para sexta-feira", que, neste momento, "não é possível antever", notou.
O comandante da Zona Marítima ressalvou que esta quinta-feira, "cerca de 72 horas após o desaparecimento do mergulhador, não é possível prever o desfecho da operação", garantindo, porém, que está a ser feito tudo para ser bem sucedida, "não expondo quaisquer mergulhadores aos riscos associados a trabalhos a grandes profundidades".
"Há que ter a noção que esta operação, que todos pretendemos seja bem sucedida, está, como se vê, muito dependente das condições meteorológicas, o único factor que, para além da sorte, não conseguimos controlar", comentou Pedro Amaral Frazão.
O alerta do desaparecimento do homem, com cerca de 60 anos, envolvido nas operações de manutenção da exploração da aquacultura (viveiros para a produção de peixes), foi feito pelas 17 horas de segunda-feira.