Após obras de reabilitação, sala volta a atividade a 3 de setembro com uma exposição de retrospetiva de uma história longa.
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Fechado para obras de reabilitação desde o final de janeiro, o Teatro Aveirense reabre portas amanhã, sexta-feira 3, com uma programação multidisciplinar de celebração dos 140 anos de história.
Depois de um investimento de 1,8 milhões de euros, a reabertura acontece com a inauguração da exposição "Teatro Aveirense 140 anos", concebida pelo designer Andrew Howard, que revisita toda a história da instituição.
Através da construção de uma linha do tempo, marca os acontecimentos que definiram o percurso histórico do teatro, desde os anos que antecedem a sua fundação até aos dias de hoje. A exposição estará patente até março de 2022.
Após a inauguração desta linha do tempo, regressam de imediato os espetáculos. Num encontro transatlântico, o brasileiro Ivan Lins e a Orquestra Filarmonia das Beiras sobem ao palco do Teatro amanhã e depois.
Em conversa com o JN, o diretor do Teatro Aveirense, José Pina, diz que a programação do teatro encontra-se completa até março de 2022, data de mais um aniversário da sala. "São 120 iniciativas de 12 nacionalidades, sendo que dez delas são estreias nacionais".
Na música, Cuca Roseta, Rita Redshoes, Filipe Raposo, Sean Riley & The Slowriders, The Gift e Pedro Abrunhosa são os nomes centrais que compõem a agenda de espetáculos. E ainda atuações de nomes menos familiares ou emergentes como Valter Lobo, Rita Vian ou Filipe Karlsson, e música erudita contemporânea com grupos da Noruega, Alemanha e Espanha.
Palco para a cerâmica
No teatro, nasce o projeto "As sete vidas da argila", pelas mãos do encenador e dramaturgo Jorge Louraço Figueira, que aborda o tema da indústria cerâmica através do espetáculo "Como Boca-de-Barro ganhou o seu apelido", e do documentário "Vozes e retratos das fábricas de cerâmica da ria". O espetáculo será apresentado a 23, 24 e 25 deste mês, estando a estreia do documentário marcada para 2 de novembro.
Também a dança, o circo contemporâneo, o cinema e as artes visuais terão espaço nesta programação de celebração do 140.º aniversário da instituição. Destaque para a Companhia Olga Roriz, com "Insónia", obra que o Teatro Aveirense coproduziu. A Circolando e a Companhia Nacional de Bailado também marcarão presença.
José Pina refere ainda que o Teatro Aveirense vai continuar com o investimento no campo digital, fomentado durante a pandemia. "A covid foi um acelerador da prática desta programação mas, para nós, é bastante relevante evoluir nesse sentido, apostar no campo digital e continuar a puxar este novo público que se juntou a nós durante os meses de confinamento".
Tanto a aposta no digital como as obras de reabilitação que foram realizadas nas instalações fazem parte de um plano estratégico do Teatro Aveirense e da Câmara Municipal de Aveiro no prosseguimento da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027.
"O Teatro Aveirense é o epicentro desta candidatura, pelo que é necessário que as nossas instalações estejam reforçadas e capacitadas para abrigar o maior número de projetos e de diferentes géneros artísticos. Precisamos de evoluir, de captar a atenção de outros públicos e o digital é esta enorme plataforma que estamos a aprender a incluir na agenda e na qual pretendemos continuar a apostar", reforça José Pina.
Relativamente ao futuro, o diretor da instituição que amanhã reabre afirma que o objetivo passa por "ser um teatro cada vez mais multidisciplinar, cada vez mais atrativo para o nosso público e para a comunidade artística e técnica a nível local e nacional, capaz de ombrear com os grandes teatros e instituições culturais do país".
