O Teatro Municipal de Bragança (TMB), que assinala no próximo dia 31 de janeiro 20 anos de funcionamento vai comemorar a data com a criação de um "wall of fame", uma parede de fama onde serão inscritas as mensagens que 20 artistas portugueses foram deixando ao longo dos anos no livro deste equipamento cultural.
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A "parede da fama" irá servir "para as pessoas saberem o que os artistas dizem da cidade e da forma como foram acolhidos e para se perpetuar no tempo”, referiu o diretor do TMB, João Cunha, durante uma conferência de imprensa realizada esta quarta-feira para apresentar a agenda de programação para os próximos quatro meses.
Jorge Palma, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho, Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, Filipe Pinto Ribeiro, Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, entre outros artistas nacionais e internacionais, que passaram pelo palco transmontano e deixaram mensagens, "foram convidados para estarem cá no dia da inauguração do ‘wall of fame’, acrescentou João Cunha. Será ainda lançado um novo site mais apelativo.
“Este ano temos a comemoração de duas efemérides, nomeadamente os 20 anos do TMB e os 50 anos do 25 de abril. No caso do aniversário do TMB há uma forte abertura à comunidade e no dia 31 de janeiro vamos ter um concerto comemorativo, com a Orquestra do Norte e a participação de um coro participativo, que envolve seis coros, incluindo os da cidade de Bragança, como o Bricoir-T, Coral Brigantino, Coro de Câmara de Amarante, Coro do Instituto Politécnico de Bragança e o coro Satélite de Paços de Brandão. Vamos ter uma grande massa coral, vamos fazer Beethoven, com 40 a 50 a pessoas em palco. Na noite de 24, para assinalar o dia 25 de abril, vamos ter dois espetáculos em palco: "Fraternidade e Liberdade", com a Sinfonia de Pedro Braga de música erudita, com a particularidade de fazerem seis sessões de mediação em escolas e instituições, e "Liberdade Minha", com duas récitas, uma à tarde no dia 24 de abril para o público escolar e outra noite. É um espetáculo multidisciplinar, com música, poesia e dança”, referiu o diretor.
Em 2023, o Teatro Municipal recebeu 89 espetáculos, com 109 sessões, 17891 espetadores e uma taxa de ocupação de 82,4%. A vereadora da Cultura do Município de Bragança, Fernanda Silva, indicou que o equipamento cultural conta este ano com um orçamento de 350 mil euros, “ligeiramente” superior ao do ano passado.
“Há uma maior afluência da comunidade nos espetáculos e dos equipamentos culturais, com uma participação em crescendo. A nível da região temos contribuído para que a população aceda mais facilmente e com um custo reduzido a espetáculos de grande qualidade. É um serviço público à comunidade”, afirmou Fernanda Silva.
Programação "para todos os públicos"
Nos próximos quatro meses, sobem ao palco do TMB 33 espetáculos, com 40 sessões. “Temos uma programação muito variada, eclética, para todos os públicos, com os preços que praticamos. Para que as pessoas sintam que o TMB é delas. Temos dança, teatro, comédia até ao mais académico, tragédia e drama. Música popular, com a viola amarantina, os Fados Morse, a digressão de David Fonseca. Temos digressões mundiais, com apresentações só em Bragança, Nirvana Symphonic Tribute, que chega da Polónia e tem como convidada a Orquestra Sinfónica de Lisboa. A 4 de maio chega 'TotallyTina', para lembrar o aniversário da morte da diva do rock, falecida em 2023, com a participação de Justine Riddoch”, descreveu o diretor.
A peça "Histórias de Vida", de Ruy de Carvalho, atualmente com 98 anos, será apresentada a 9 de março, no âmbito do 27.º Festival de Teatro, em parceria com o Teatro Municipal de Vila Real. O festival "inclui nove espetáculos de teatro, três são co-produções com o TMB, também com participação na comunidade. O Luís Mestre desafiou-nos no Dia Mundial do Teatro a fazer "A Noite de Verão" com a participação de jovens da cidade. Vamos fazer uma oficina e depois participação no espetáculo durante vários dias para os jovens contactarem com profissionais e poderem integrar as suas mensagens e preocupações no espetáculo”, descreveu.
João Cunha realçou também “a qualidade e diversidade” da agenda apresentada e “o equilíbro das várias áreas disciplinares, na comédia, no drama, música erudita, urbana e tradicional, inclusão de artistas da terra e a abertura do TMB à comunidade”. Destacou ainda "O Salto", uma coprodução do TMB, “sobre a emigração, com uma forte ligação histórica ao território”.