Os nove autarcas da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIMTTM) reclamam uma ligação à alta velocidade espanhola na proposta de Plano Nacional Ferroviário Nacional, que está em consulta pública até fevereiro.
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A "região quer apanhar o comboio", afirmou Jorge Fidalgo, presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, numa conferência de imprensa realizada, esta quarta-feira, em Bragança, em conjunto com a Associação Vale d`Douro, autora de um estudo sobre um novo corredor ferroviário para o Norte de Portugal, entre Porto, Amarante, Vila Real, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
Uma vez que nos concelhos da comunidade não há comboio desde que este deixou de circular na Linha do Tua até Mirandela, "a proposta contempla a ligação a Bragança e a Miranda do Douro, porém não o faz de forma aceitável, porque não contempla a ligação à Alta Velocidade, não prevê uma calendarização da execução, não contempla a ligação à linha do AVE em Zamora, por Miranda do Douro, nem qualquer ligação que beneficie o sul do distrito do Bragança, através da via Vila Franca das Naves, pelo Pocinho", explicou.
Esta comunidade apoia o estudo realizado pela Associação Vale d"Ouro que propõem uma ligação entre Porto e Madrid, via Trás-os-Montes, passando por Vila Real, Bragança e Miranda do Douro, entrando em Espanha por Zamora. "O que nós achamos é que é absolutamente essencial fazer-se esta ligação, que Bragança não seja o fim de linha , mas que sendo nós o território em Portugal mais próximo do centro da Europa , então que essa centralidade seja concretizada com uma ligação Bragança/Zamora e daí a toda a Europa", argumentou Jorge Fidalgo.
Os nove concelhos da CIM não têm um quilómetro de linha ferroviária. "Acreditamos que se queremos falar de coesão e desenvolvimento regional temos de passar das palavras à ação", acrescentou o presidente da CIM que espera que o governo "seja sensível porque é de justiça elementar".
A proposta de ligação ferroviária Porto-Madrid "reduz os tempos de viagem em 15 minutos, estabelecendo a viagem entre as duas cidades ibéricas em 2.45 horas, fazendo a ligação com a Linha do Douro", afirmou Luís Almeida, Associação Vale d"Ouro.
Os estudos da Vale d"Ouro realizam-se a Norte do Douro e preveem a criação de 41 mil milhões de euros neste corredor, que serviria uma população de 1,1 milhões de habitantes, que do lado português teria 200 quilómetros e do espanhol só teria 40. "Por esta via estamos a 40 quilómetros de Espanha, até Zamora, quando por Vila Formoso estaríamos a 200 quilómetros, até Medina del Campo", vincou.