Parceria entre diretores e farmácias para rastrear estudantes em todo o país já arrancou. Escola de Gaia detetou 13 positivos.
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Miguel Azevedo não hesitou quando, na escola, lhe perguntaram se queria ser testado à covid-19. Os pais também não. Até porque, considera o estudante de 14 anos, "todo o cuidado é pouco" e o teste "é mais uma segurança". Esta quinta-feira, após uma aula de Matemática, foi um dos cerca de 330 alunos do terceiro ciclo da Escola Básica Dr. Costa Matos, em Gaia, a ser testado na escola. No total, foram detetados 13 alunos positivos. Os casos foram comunicados às autoridades de saúde e os estudantes foram encaminhados para casa.
A testagem foi feita no auditório da escola por quatro farmacêuticos de duas farmácias do concelho, uma das Devesas e outra de Arcozelo, no âmbito de um protocolo firmado entre as associações de diretores e a Associação Nacional de Farmácias. O objetivo é fazer uso dos quatro testes mensais comparticipados pelo Estado a cada cidadão para rastrear os alunos.
De acordo com Filinto Lima, presidente da Associação Nacional dos Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas e diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, há mais escolas pelo país que deverão avançar já na próxima semana com a testagem dos seus estudantes ao abrigo deste acordo.
"Esta testagem é um abrir de portas às escolas, no âmbito da nossa autonomia, para prestar um serviço a custo zero aos alunos", referiu Filinto Lima.
A Escola Dr. Costa Matos, em Gaia, foi a primeira a realizar os testes. Ontem, foram testados cerca de 330 dos 550 alunos do 7.º , 8.º e 9.º anos. Para a semana, deverão ser testados os estudantes do 5.º e 6.º anos. O objetivo é alargar o rastreio aos alunos do ensino primário e realizar os testes mais do que uma vez ao longo do segundo período letivo.
A frequentar o 9.º ano, Miguel Azevedo foi um dos alunos a ser testado e não escondeu o nervosismo. "Fico sempre com aquela ansiedade por poder estar positivo e não saber", contou o jovem, cujo resultado foi negativo.
Alunos e pais, garante Filinto Lima, estão a aderir à iniciativa. "A maioria dos pais autorizou os filhos a serem testados e isso é positivo", revelou.
Ainda assim, Filinto Lima refere que os "diretores não vão baixar a guarda" no que toca a outras medidas preventivas. "Os testes são um retrato de um determinado dia, a uma determinada hora. Apesar de ser positivo, continuamos a cumprir todas as regras, nomeadamente o facto de cada turma ter a sua sala", frisou.