Um tornado de fraca intensidade provocou estragos em cerca de 30 embarcações e derrubou árvores à passagem, esta manhã, em Tavira.
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O fenómeno meteorológico foi registado, às 9.35 horas da manhã, informou fonte do Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Faro. Segundo esta fonte, o tornado “provocou a queda de algumas árvores e causou danos em embarcações do Clube Náutico de Tavira”.
“Ainda estamos a contabilizar os estragos, mas foram afectados cerca de 25 a 30 barcos”, disse, ao JN, João Pedro Rodrigues, vice-presidente do Clube Náutico de Tavira.
O tornado, de fraca intensidade, afectou, ainda, estruturas de apoio do clube, causando danos na oficina, nos telheiros e no portão de entrada.
Segundo João Pedro Rodrigues, os estragos terão causado “alguns milhares de euros de prejuízo”. A contabilidade é ainda provisória. A hora é de contactar os proprietários dos barcos para depois accionar os seguros, explicou o vice-presidente do Clube Náutico de Tavira.
O corpo de Bombeiros Municipais de Tavira, a Autoridade Marítima e uma equipa municipal da Protecção Civil estiveram no local.
Tornados no país são de fraca intensidade
Contactado pelo JN, o Instituto de Meteorologia (IM) de Portugal disse ainda não ter dados suficientes para classificar o tornado, fenómeno meteorológico cuja intensidade varia entre F1 e F5, na escala Fujita, mas disse tratar-se de um tornado de fraca intensidade, como é comum no país.
"A maior parte dos tornados ocorridos no nosso país são de fraca intensidade, F0 ou F1 na escala de Fujita", esclarece o IM, remetendo para o comunicado em que é noticiada a tromba de água registada, anteontem, quarta-feira, em Lisboa. "O tornado mais intenso de que há registo ocorreu em Castelo Branco, a 6 de Novembro de 1954, cerca das 12.50 horas, estimando-se que tenha atingido a intensidade F3", acrescenta o mesmo documento.
Fonte do IM disse, ainda, que no caso de Tavira se tratou de um tornado e não de uma tromba de água, dado que o fenómeno começou na água mas terminou em terra. "Passa a tornado assim que entra em terra", explicou.
O IM aproveitou para esclarecer a confusão, recorrente e generalizada, em Portugal. "Não existem mini-tornados. Só tornados". Pouco habituados a fenómenos do género no território, os portugueses têm como referência os tornados registados nos EUA, de grande intensidade, ou os dramatizados em filmes, o que leva ao erro de classificar como "mini" os tornados de menor intensidade, como os registados em Portugal.