Projeto que vai mudar zona em frente à Exponor arranca este mês com a Flower Tower. Mais três torres, novos edifícios para habitação, comércio e hotel vão ali nascer.
Corpo do artigo
Com a construção da Flower Tower, uma torre de 21 pisos, na Avenida Dr. António Macedo, investimento de 25 milhões de euros com início previsto ainda para este mês, arranca aquela que será a ponta do iceberg de uma revolução urbanística em Leça da Palmeira, Matosinhos.
Nos lotes ainda vazios, em frente à Exponor, outrora ocupados pela Facar, prepara-se para nascer uma "minicidade", alicerçada em quatro torres de habitação. Está previsto viverem cerca de 350 habitantes em cada uma. A Flower Tower deve ficar pronta em 2023.
Mas para esta vasta área, que se estende até à Rua Veloso Salgado, está igualmente projetada uma zona comercial, um hotel de quatro estrelas (em fase de licenciamento), num edifício "mais baixo de seis a sete pisos", e "um conjunto de espaços públicos e de integração coletiva [como jardins], gerando mais lugares de encontro e de lazer", descreveu ao JN Luís Berrance, diretor do departamento de Urbanismo da Câmara de Matosinhos.
O arquiteto ressalva que os edifícios previstos "respeitam a escala urbana, havendo uma correta integração" junto das outras duas torres (Entre Quintas) já existentes. Aliás, "o índice urbanístico é de 1, quando em Matosinhos Sul é de 1,2 e nas malhas mais antigas de Matosinhos chega a ser de 3", reforçou Luís Berrance.
Outra das particularidades destas empreitadas com um forte impacto visual, é que, segundo o diretor do Urbanismo, "já estavam previstas num projeto de loteamento de 1992".
Seja como for, a opinião da população divide-se quando o assunto versa sobre estes empreendimentos. Na Rua Camposinho, junto a umas casas térreas, Manuel Pereira, 88 anos, vê com alguma inquietação a construção em altura: "São muitas torres e tira-nos a vista". Mas, logo a seguir, afirma: "Em contrapartida, há que aproveitar os terrenos que estão vazios".
Projetos a "fervilhar"
Fátima Oliveira, Mariana Martins e Ana Carneiro fazem a limpeza nos dois edifícios Entre Quintas e reconhecem que por ali "a população não tem nada à porta de casa". "Só um Pingo Doce", sublinhou Mariana.
Mas em breve a realidade será outra. A pensar em toda esta zona em expansão, o Mercadona vai posicionar-se "mais a norte, na Rua Veloso Salgado, recuperando um antigo edifício industrial", disse Luís Berrance.
Ainda em Leça da Palmeira, outra zona a "fervilhar" será a da Rua Belchior Robes (reta que vai da rotunda da Exponor até ao farol), onde será construído um motel, a nascente do cemitério, e outra superfície comercial.
Já na marginal, na confluência da Avenida da Liberdade com a Avenida Combatentes da Grande Guerra será construída uma residência de idosos "de alta qualidade", num edifício com sete pisos.
Mas o centro de Matosinhos estará também em ebulição, com a edificação de uma zona de comércio, serviços e habitação (51 fogos) na antiga fábrica das Conservas Brandão, na Avenida de Serpa Pinto. De igual modo, a Praça Guilherme Pinto receberá um hotel, com 81 quartos, uma zona de serviços e residências seniores. Outro lar de idosos está previsto para a confluência da Rua Roberto Ivens com a Rua Heróis de França.