Primeira fase da requalificação do corredor verde, com 5,5 quilómetros, entre a Ponte de Moreira e a Ponte da Pedra, no concelho de Matosinhos, é inaugurada no sábado.
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Slide, rappel, insufláveis, carros de pedais, aulas de fitness, passeios de bicicleta e uma prova de orientação de iniciação farão parte do programa de inauguração da primeira fase do Corredor Verde do Leça marcado para amanhã. Ao concluir uma obra, orçada em 7,5 milhões de euros, Matosinhos coloca-se na frente dos municípios que assumiram o compromisso de devolver à comunidade que ainda há poucos anos era considerado o rio mais poluído da Europa.
Esta primeira fase da empreitada de construção corresponde ao troço entre a Ponte de Moreira e a Ponte da Pedra, com ligação a Picoutos. "Esta fase está concluída com 5,5 km requalificados no município de Matosinhos, mas o trabalho está a correr paralelamente noutros concelhos, o que só nos estimula para as próximas fases do projeto", explicou ao JN a presidente do município, Luísa Salgueiro. "A obra que inauguramos agora tem um valor inigualável para o concelho e para a região e encerra em si um conjunto de valores fundamentais para o nosso futuro coletivo. São eles a cooperação entre os vários municípios atravessados pelo rio Leça e a vontade de devolver à comunidade um rio que, não há muito tempo, foi considerado o rio mais poluído da Europa", acrescenta.
Contudo, este projeto do Corredor Verde do Leça não contempla a despoluição do rio que, apesar da monitorização dos serviços das quatro autarquias, apresenta frequentemente ao longo do seu curso vários e graves focos de poluição. "Temos uma equipa de guarda-rios que monitoriza as margens, mas verdadeiramente temos centenas de pessoas que cuidam do rio e que lutam pela sua salvaguarda", explica Luísa Salgueiro.
segunda fase já adjudicada
Seja como for, a qualidade da água do Leça está longe da encontrada em décadas passadas. "É um investimento considerável, mas que está já a dar frutos, uma vez que a comunidade já apropriou o rio como seu, e o número de pessoas que todos os dias, especialmente ao fim de semana, percorrem o corredor a pé, de bicicleta, de meios suaves de transporte, ou simplesmente escolhe este espaço para atividades com a família tem aumentado consideravelmente", conta a autarca.
A intervenção global, dividida por três fases, será realizada entre o Parque das Varas, em Leça do Balio, até à foz do rio Leça, no porto de Leixões. No total, a obra custará 19,7 milhões de euros, 85% por cento com origem em fundos comunitários. Luísa Salgueiro avança que a segunda fase "já adjudicada por três milhões de euros" diz respeito ao troço entre a Ponte de Moreira e a Ponte do Carro. O terceiro e último troço será entre a Ponte do Carro e o Porto de Leixões, com ligações ao centro de Matosinhos e Leça da Palmeira. O traçado foi desenhado pela arquiteta Laura Roldão, que fez nascer quatro novas pontes pedonais e sete passadiços, entre a Ponte de Moreira e a Ponte da Pedra.
Saiba mais
Rio com 44,8 quilómetros
O rio Leça nasce em Monte Córdova, em Santo Tirso, atravessa os concelhos de Valongo (Alfena e Ermesinde), Maia (Milheirós) e Matosinhos, desaguando em Leixões, após percorrer 44,8 km.
Unidos em associação
Associação Corredor do Rio Leça é composta pelos quatro municípios e tem a sua sede na Lionesa, em Leça do Balio.
Segue-se a despoluição
Os municípios acreditam que esta valorização paisagística das margens será o primeiro passo para a completa despoluição.
"Sonho" de Guilherme Pinto
A construção do Corredor Verde do rio Leça foi "um sonho" de Guilherme Pinto", antigo presidente da Câmara de Matosinhos, já falecido.
Curiosidades
820 novas árvores foram plantadas
O corredor contempla treze hectares de novos espaços verdes, 820 novas árvores, quatro novas pontes, sete quilómetros de ciclovia e de percursos pedonais.
18 quilómetros
Cofinanciado pelo FEDER, através do programa comunitário Portugal 2020/Norte 2020, o projeto será executado em três fases, num total de 18 quilómetros.