Um grupo de 11 tosquiadores uruguaios, a maioria naturais de Salto, uma cidade no noroeste do país que faz fronteira com a Argentina, exibiu a sua perícia na Ovibeja. Em três meses tosquiam 150 mil ovinos em Portugal.
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No Pavilhão da Pecuária, no espaço das tosquias, centenas de pessoas, entre elas muitas crianças, assistem ao trabalho dos uruguaios. A maioria vem de Salto, uma cidade no noroeste do país que faz fronteira com a Argentina, também terra natal de Maurício Moreira, o corredor que na semana passada venceu o Grande Prémio "O Jogo" e em 2022 a Volta a Portugal.
Tudo começa com a solta dos ovinos na improvisada arena metálica e, de repente, os tosquiadores apanham os animais e de tesoura elétrica em punho, num ápice "despem" a ovelha.
São tosquiadores profissionais contratados pela ACOS-Agricultores do Sul para trabalharem, durante três meses, na campanha da tosquia que a associação promove para levar a cabo a apara da lã de mais 150 mil ovinos dos seus associados.
Depois dos animais tosquiados, a lã é entregue pela ACOS a uma cooperativa espanhola, constituindo-se a tosquia como uma mais-valia para os criadores.
Nuno Penetra é o responsável deste setor da ACOS, tendo "herdado" o lugar que durante três décadas foi de Joaquim Canhoto, que faleceu de doença súbita no passado dia 3 de março. Visivelmente emocionado, Nuno refere que "é uma grande responsabilidade suceder ao Canhoto. Vou tudo fazer para honrar o leu legado", disse.
Toti Gaston, 33 anos, natural de Salto, diz conhecer muito bem o seu compatriota e ciclista Maurício Moreira. "Tosquio há 12 anos e há oito que venho fazer as campanhas a Portugal. Os vossos tosquiadores trabalham bem, mas nós somos mais rápidos. Tosquiamos mil ovinhos num dia e eles fazem em cinco", remata.
"Tem de se gostar muito da tosquia porque senão não se presta para a profissão", garante, revelando que no Uruguai, "ao longo de um ano, tosquia perto de 28 mil animais".