Os trabalhadores da Lactogal, em Oliveira de Azeméis, estão a realizar, esta quarta-feira, um período de greve de 24 horas, concentrando-se em frente aos portões da empresa exigindo aumentos salariais.
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As várias dezenas de trabalhadores presentes no protesto mostraram o descontentamento para com a empresa, exigindo aumentos salariais "dignos", subsídio de alimentação, reposição das diuturnidades e "desbloqueio do diálogo" entre a Lactogal e os representantes dos trabalhadores.
"A empresa teve lucros de milhões que não estão a ser distribuídos pelos trabalhadores. Não queremos aumentos salariais de sete ou oito euros, mas aumentos dignos de 40 a 50 euros", afirmou, ao JN, Paulo Oliveira, funcionário e representante dos trabalhadores junto do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação e Bebidas (STIANOR).
"Apresentámos, em 2019, um abaixo-assinado com 550 assinaturas para termos um subsídio de alimentação [seis euros], mas não obtivemos resposta", recordou, contrapondo que "a administração da empresa tem salários exorbitantes, subsídio de alimentação e diuturnidades".
O trabalhador afirmou ainda que os trabalhadores "não vão desistir facilmente" e que "vão continuar a existir plenários assim como a possibilidade de novas greves".
Também José Armando Correia, coordenador do STIANOR, lembra a "retirada de direitos" como as diuturnidades. "A empresa cortou o diálogo e tem vindo a retirar direitos aos trabalhadores", referiu.
Presente na manifestação, Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, lembrou que a empresa acumulou, em 2017 e 2019, 60 milhões de euros de lucro. "Tem mais do que recursos e possibilidade para fazer os aumentos que são necessários", notou.
Já Adelino Nunes, da CDU, considerou as revindicações "mais do que justas". "Os trabalhadores produzem a riqueza para uma empresa como esta, que tem milhares de euros para os administradores e salários de 665 euros para os seus trabalhadores".
O JN tentou, sem sucesso, obter uma reação da empresa.