Os trabalhadores da Varandas de Sousa, S.A, antiga Sousacamp, decidiram esta terça-feira, nos plenários realizados nos centros de produção de Vila Real e Vila Flor, avançar com o pré-aviso de greve para os dias 10, 11, 12, 13 e 14 de fevereiro, em protesto contra a não atualização de salários.
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"Esta decisão deve-se à total rejeição da administração em negociar o caderno reivindicativo que os trabalhadores lhe haviam remetido no início de dezembro passado, e onde constavam a exigências de um aumento salarial digno, a valorização da experiência dos trabalhadores por via da implementação de um justo sistema de diuturnidades, a diminuição do período normal de trabalho semanal para as 35 horas, 25 dias de férias, e a dispensa do trabalhador no dia do aniversário", informou uma fonte do SINTAB-Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Industria, Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal.
A antiga Sousacamp, sediada em Vila Flor, foi vendida em 2019 a um fundo de capital de risco, o CoRe Equity, numa altura em que se encontrava em processo de insolvência desde 2018, com um passivo de cerca de 54 milhões de euros. A maior parte da dívida foi perdoada depois de um acordo entre o fundo e os principais credores, nomeadamente o Novo Banco, Caixa Agrícola e IFAP (Instituto de Financiamento Agrícola e Pescas). O SINTAB acusa a administração da empresa de "continuar a escudar-se num infinito processo de reestruturação que advém de uma insolvência em que beneficiaram de um considerável perdão de dívida aos contribuintes".
A empresa tem cerca de 300 trabalhadores "maioritariamente mulheres, mães trabalhadoras, e jovens imigrantes precárias e exploradas", refere o SINTAB.
A Varandas de Sousa mantém-se como líder do mercado ibérico de produção e comércio de cogumelos frescos, detendo a quase totalidade do mercado nacional.