Um grupo de trabalhadores da empresa Riox, em Pedroso, Gaia, juntam-se à hora de almoço desta sexta-feira para denunciar "práticas desadequadas", condições "deploráveis" de trabalho e a falta de diálogo entre os funcionários e a administração da companhia. O JN questionou a empresa, estando a aguardar uma resposta.
Corpo do artigo
Filipe Pereira, dirigente do Site-Norte (Sindicato dos trabalhadores das indústrias transformadoras, energia e atividades do ambiente do Norte), em declarações ao JN, revela que os cerca de 40 trabalhadores da firma "dirigiram-se ao sindicato no último ano, denunciado práticas desadequadas, retirada de férias de anos anteriores, faltas injustificadas apesar de haver justificação e a inexistência de descontos à Segurança Social". A Riox - Indústrias Metaloelétricas, já teve uma equipa que ultrapassa os 200 colaboradores. O JN já questionou a administração da empresa, estando a aguardar uma resposta.
O sindicalista refere que "a forma como [a administração] os trata, roça no assédio laboral e moral". Além disso, as condições de trabalho que são oferecidas aos colaboradores são "deploráveis". "Não têm papel higiénico, água potável, sabão para lavarem as mãos, nem equipamentos de proteção individual", enumera. Filipe Pereira acrescenta que "as saídas de emergência da fábrica estão bloqueadas por mato e não são limpas".
O clima de tensão é tal que, de acordo com o dirigente sindical, os trabalhadores marcaram a concentração para a hora de almoço, - entre as 12.30 horas e as 14 horas -, por "receio em utilizar o direito à greve, podendo arriscar uma falta injustificada".
Tentativas falhadas
As várias tentativas do Site-Norte em reunir-se com a administração terão saído frustradas, tal como os pedidos por parte da Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT). "Tiveram de encerrar o processo", nota Filipe Pereira.
Terá sido, entretanto, marcado um plenário de trabalhadores, mas a realização do encontro terá sido "impedida", uma vez que foi vedada a entrada do sindicato nas instalações. O mesmo terá acontecido com uma equipa da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que "avançou com um processo-crime contra a administração". "Está em tribunal", refere Filipe Pereira.
"A empresa já chegou a ter mais de 200 trabalhadores. A situação tem vindo a piorar e muitos deles, pelo cansaço, com décadas de casa, abdicam dos direitos e vão embora. Será esse o objetivo. A verdade é que os próprios trabalhadores dizem não ter muito trabalho, mas ninguém avança com qualquer pedido de insolvência", conclui o dirigente sindical.