Está concluído o processo que levou ao despedimento coletivo de 222 trabalhadores da Siemens Gamesa Renewable Energy Blades S.A., no Parque Empresarial de Soza, em Vagos. Os abrangidos terão recebido acima dos mínimos previstos na lei e foram encaminhados para agências com vista a reintegração no mercado de trabalho.
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Ao JN, a Siemens esclareceu que a dispensa de trabalhadores foi motivada pela redução de vendas. No final de 2023, a empresa interrompeu as vendas nas duas principais plataformas (SG 4.X e SG 5.X) para resolver “problemas técnicos”. Há alguns meses retomaram as vendas numa das plataformas e a expectativa é retomar na outra até ao final deste ano. Esta “interrupção das vendas” causou impactos na fábrica em Vagos, o que motivou a necessidade de “ajustar a capacidade” daquela unidade fabril, referiu a Siemens, confirmando que o processo afetou 222 funcionários e já foi “concluído”.
O dirigente sindical João Ribeiro, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente (SITE), disse ter recebido a informação de que a empresa pagaria “acima dos direitos que os trabalhadores tinham pelo despedimento coletivo” e que estes poderiam manter o “seguro de saúde até ao final do ano”.
A empresa adianta que, em colaboração com agências de emprego locais, procurou encaminhar os funcionários para explorarem oportunidades no mercado, sendo que os processos “estão em andamento”.
Dois pediram ajuda
Também a Câmara vaguense tem procurado ajudar a reintegrar os trabalhadores que são residentes no concelho (45 dos 222). Segundo a autarquia, foram solicitados “apenas dois atendimentos (de entre os 45) no serviço” de Ação Social da Câmara, “tendo as pessoas em causa sido devidamente esclarecidas e encaminhadas”.
“Sempre que solicitados para esse efeito, prestaremos o apoio necessário através das respostas sociais do município e, em articulação com o NEVA - Núcleo Empresaria de Vagos, temos a possibilidade de encaminhar as pessoas para as ofertas que existem na Bolsa de Emprego”, refere ainda a Câmara.
Num comunicado emitido aquando do anúncio da intenção de despedimento, a autarquia não escondeu a “preocupação quer com o futuro dos trabalhadores visados por esta medida, quer com o futuro da empresa que sabemos não estar em causa, continuando a ser a maior empregadora do concelho de Vagos”.
A empresa refere que a “força de trabalho total agora é de cerca de 1 040 funcionários na fábrica de Vagos”