Sem respostas, sem trabalho, sem dinheiro. Os trabalhadores de duas lojas do Minipreço, no Porto e em Matosinhos, a quem foi comunicado o despedimento esta semana, apelam à manutenção dos postos de trabalho numa manifestação em frente à loja da Trindade nesta quinta-feira.
Corpo do artigo
"Eram promessas e mais promessas e, no fim, estamos à porta da loja da Trindade a apelar pelos nossos direitos e pelo nosso trabalho" afirma Mário Lopes, funcionário do Minipreço há cerca de um ano, no protesto marcado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal.
Após terem sido surpeendidos pelo comunicado de despedimento, recebido esta quarta-feira, os trabalhadores de duas lojas da rede de supermercados estão "à deriva" e "receosos pelo futuro". Em causa está o encerramento das lojas Minipreço Trindade (Porto) e Matosinhos Stara, lojas franqueadas, após a cadeia Minipreço ter sido comprada pelo grupo Auchan.
"Temos casas para pagar e filhos para criar. E, neste momento, só estamos a ver os nossos postos de trabalho a fugir", sublinha Marlene Gomes, de 48 anos e funcionária do supermercado há três.
Também Mário, que tem cinco filhos pequenos, garante que não sabe como é que vai gerir as contas no próximo mês e teme que sejam "tempos muito difíceis".
Liliana Teixeira é brasileira e chegou a Portugal no ano passado. A procura por uma "nova oportunidade" chegou em abril, quando começou a trabalhar no Minipreço, e correu bem até então. "Vivo com o meu filho e o meu marido e dependo do meu salário para manter a minha casa porque só um salário não chega", garante a funcionária.
Loja sem mercadoria
Apesar de terem sido surpreendidos pelo comunicado de despedimento, os trabalhadores já tinham dado conta de que "alguma coisa não estava bem". "A loja não recebia mercadoria há cerca de três semanas e isso deixou-nos com a pulga atrás da orelha", explica Sandra Artilheiro, de 43 anos.
"Foi a partir daí que começamos a ver a nossa vida a andar para trás, os camiões não chegavam à loja e começamos a achar tudo muito estranho mas, o nosso patrão nunca nos disse nada", conclui Mário Lopes.
Manter os postos de trabalho e um salário no final do mês é o que os 14 funcionários querem. "Nós só queremos os nossos postos de trabalho garantidos pela Auchan", afirma Liliana Teixeira, e acrescenta que esperam ter uma resposta da empresa até ao final do dia.