Especialistas apontam falhas nos transportes públicos. Metro e autocarros aliviam pressão rodoviária nas zonas centrais.
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Assistiu-se, no primeiro trimestre deste ano, ao aumento do número de carros a circular nas periferias dos concelhos do Grande Porto. É o caso de Gaia, Matosinhos e Valongo. Ao mesmo tempo, as deslocações feitas pelas autoestradas da região diminuíram nas vias mais próximas dos centros urbanos. Para o professor na Universidade do Porto (UP) especializado na área dos transportes Álvaro Costa, os dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) mostram "que a política pública de investimento nos transportes públicos está a funcionar". Por outro lado, Paula Teles, também especialista em mobilidade, afirma que o número de carros não sobe em vias como a VCI, por exemplo, "porque esta já atingiu o seu limite" e é hoje, considera, "um parque de estacionamento".
A análise de ambos tem por base o relatório de tráfego na rede nacional de autoestradas referente aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano publicado pelo IMT. Olhando para os diferentes troços da A1, e comparando-os com os números obtidos no ano passado pela mesma altura, verifica-se um aumento do número de carros entre Santa Maria da Feira e Coimbrões, em Gaia, e uma ligeira diminuição a partir de Canidelo em direção à Ponte da Arrábida. O mesmo acontece no caso da A4, entre Custoias, em Matosinhos, e Valongo, e na A28, entre Matosinhos e a Exponor. Há até na A41 mais carros a circular. Mas nesse caso, explica Paula Teles, "as pessoas que vão para lá só têm um objetivo: chegar mais rápido ao Porto". Defende, por isso, a abolição das portagens naquela via.