<p>Três dos 12 feridos do acidente de ontem, segunda-feira, na Ponte da Pedrinha, na Covilhã, foram sujeitos a intervenções cirúrgicas e estão a recuperar bem. A GNR e a Rodoviária da Beira Interior já abriram um inquérito para apurar as causas da queda do autocarro.</p>
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Segundo o director do hospital Pêro da Covilhã, João Casteleiro, os três feridos foram intervencionados na Ortopedia e na Cirurgia. "Eram os casos que nos davam maiores preocupações, com um traumatismo crânio-encefálico ou abdominal e várias fracturas", conta. Dois dos 12 feridos tiveram alta ontem, e mais pacientes podem vir a ter alta nas próximas horas. João Casteleiro revela que os sinistrados "estão a evoluir bem e não há necessidade de transferir ninguém para o hospital central".
O acidente ocorreu por volta das 13.30 horas na Estrada Municipal 506, entre as localidades de Boidobra e Ferro, com um autocarro da Rodoviária da Beira Interior que faz diariamente o percurso Coimbra-Viseu, ao passar a ponte que atravessa o rio Zêzere. Segundo uma testemunha ocular citada pela Lusa, um dos pneus do veículo terá rebentado e precipitado a queda na parte final da ponte, derrubando a barreira. "Sei que era o rebentamento de um pneu porque sou condutor de pesados. Ouvi o estrondo e vi logo o autocarro a capotar", descreve Filipe Robalo, que se cruzou de moto com o autocarro na ponte, e ainda retirou alguns feridos de dentro do autocarro.
A ponte tem uma altura de cerca de 15 metros. No entanto, a queda do autocarro deu-se na parte final, próximo de uma ribanceira, a uma altura menor do chão (cerca de três a quatro metros).
Fonte do Centro Distrital das Operações de Socorro conta que o motorista terá saído do autocarro pelo próprio pé e terá ligado, ainda dentro do veículo, para a Rodoviária da Beira Interior, que entretanto contactou o 112. Os feridos têm idades compreendidas entre os 17 e os 69 anos.
O despiste do autocarro levou ao corte da circulação de trânsito na zona durante cerca de sete horas, com os condutores a ser desviados para outras estradas municipais durante esse período. "A circulação foi retomada às 20.10 horas com as devidas precauções, tendo sido colocados cabos de protecção na ponte", explicou ao JN fonte do posto da GNR da Covilhã. A mesma fonte contou ainda que aquela zona, apesar de ter duas vias de trânsito estreitas, nunca deu problemas de maior ao nível da sinistralidade rodoviária. "Só coisas mínimas, nunca foi registado nada com gravidade", afirma. A Ponte da Pedrinha sofreu uma remodelação há seis anos.
O sinistro levou a que ao local acorressem 65 bombeiros com 25 veículos (das corporações da Covilhã e de Idanha-a-Nova) e 40 elementos da GNR com 17 viaturas. Foram ainda deslocados três helicópteros de socorro às vítimas, que acabaram por não ser utilizados, visto que os feridos foram transportados para o hospital pelas viaturas no local.
Mais tarde esteve no local uma equipa de técnicos do Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres e um brigada do Núcleo de Investigação Criminal da GNR, depois de anunciada a abertura de um inquérito. A Rodoviária da Beira Interior vai também abrir um inquérito para apurar as causas do acidente.
"Vai haver uma averiguação com segurança. As pessoas que viajavam no autocarro merecem esse respeito. Naturalmente terá que haver um inquérito", explica a governadora civil de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro, citada pela Lusa. A empresa garante que o autocarro tinha sido inspeccionado a semana passada.