Tribunal de Contas dá visto favorável ao negócio da compra da Electro Moagem do Marco
O Tribunal de Contas (TdC) emitiu parecer favorável à aquisição das instalações da extinta Electro Moagem do Marco, para património do Município do Marco de Canaveses.
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Refira-se que o TdC tinha devolvido à Câmara o pedido do visto prévio à compra da antiga fábrica das massas d'ouro por falta de documentação, facto que, em meados de março, em reunião do Executivo Municipal, originou um diálogo azedo entre dois socialistas - a autarca Cristina Vieira e o vereador Mário Bruno Magalhães, com este último a acusar a autarquia de "andar a dormir" por não ter enviado, por exemplo "uma simples declaração de dívida, que se tira num minuto". Na resposta, a autarca acusou-o de ser "ignorante" por proferir "barbaridades", tal como foi noticiado pelo JN.
Agora, em nota, a autarquia garante que "o Tribunal de Contas deu aval positivo à compra [da Eletro Moagem do Marco a um privado] após ter pedido informação adicional ao Município, que prontamente a facultou, confirmando a legalidade e transparência de todo o procedimento de aquisição".
A aquisição do imóvel vai custar aos cofres da Câmara 1,7 milhões de euros, sendo que a avaliação do conjunto de prédios rústicos a adquirir, com 5820m2 de área, segundo a autarquia, ascende a 3,4 milhões de euros.
A presidente da Câmara diz pretender "requalificar e transformar a antiga fábrica", que se consolidou no território ao longo de sete décadas, até encerrar portas em 1999, "num espaço multifacetado", que vai englobar um novo polo de desenvolvimento, capaz de dar resposta a carências identificadas em três eixos fundamentais da intervenção do Município, nomeadamente da economia, ensino e formação e cultura. "Um polo económico e cultural como aquele que projetamos para este imóvel pode vir a ser o elemento acelerador para a Estação e Rio de Galinhas recuperarem a centralidade urbana que já tiveram, afirmando-se como área natural de expansão do núcleo central da cidade", antevê a presidente do Município, Cristina Vieira.
A Fábrica da Eletro Moagem do Marco encerrou em 1999 após processo de insolvência. A unidade acabaria mais tarde por ser adquirida por um industrial da panificação com negócios em Newark, nos Estados Unidos, com objetivo de construir uma fábrica exportadora de pão congelado, registada sob a designação de PBC- Portuguese Baking Company, LDA. O projeto, porém, nunca saiu do papel.