O presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários afirmou hoje que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto recusou a providência cautelar que visava travar o processo de subconcessão da Metro do Porto e da STCP.
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Em declarações à Lusa, Luís Cabaço Martins, disse que a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (Antrop) vai recorrer desta decisão.
"Invocaram que é litispendência, ou seja, consideraram que esta providência cautelar era igual à primeira" que foi indeferida em dezembro, disse, considerando que, "pela segunda vez, o tribunal decidiu por razões formais".
A Antrop requeria a suspensão das deliberações dos conselhos de administração das empresas decididas a 14 de outubro do ano passado.
As deliberações em causa aprovaram a alteração parcial das peças do concurso público internacional para a subconcessão das transportadoras, afirmando a associação ter "detetado um conjunto de ilegalidades que inquinam irremediavelmente a validade do concurso".
O prazo do concurso terminou no final do ano passado com a apresentação de propostas de dois consórcios estrangeiros, um dos quais acabou por ser excluído por ter apresentado a sua proposta fora do prazo limite estabelecido.
A administração do Metro do Porto e da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) alegava nesta providência que o cancelamento do concurso para a subconcessão do serviço das duas transportadoras provocava "um sério desequilibro económico-financeiro" nas empresas.
Adiantava ainda que, por cada mês adicional em que o concurso se encontrasse suspenso, "o interesse público fica lesado, na medida em que a prorrogação acarretaria o adiamento do benefício financeiro que resultará da prestação de serviço pelo operador que for selecionado".
É que "o montante máximo de retribuição anual a pagar ao adjudicatário nos termos do concurso é significativamente inferior ao montante da retribuição anual auferida" pela ViaPorto, que atualmente opera o metropolitano, sustentava.
A Antrop avançou, entretanto, com uma terceira providência cautelar, que ainda corre em tribunal, desta vez para pedir a suspensão do concurso público para a subconcessão da Metro do Porto e STCP até haver uma clarificação sobre a possibilidade de o consórcio catalão concorrer.
A associação entende que o concorrente Ferrocarril Metropolitana de Barcelona (FMB)/Transpotts Cuidad Comtal (TCC) é um "operador interno", o que "contamina as propostas, já que o regulamento comunitário proíbe a participação, seja a que título for, de qualquer operador interno em concursos públicos internacionais fora da sua área de atuação".