O impacto do mau tempo de sábado na Madeira está já a causar alguns danos no turismo da região, embora as unidades hoteleiras não tenham sido afectadas, de acordo com alguns operadores turísticos.
Corpo do artigo
Uma agência de viagens e um hotel no Funchal registaram cancelamentos de reservas e os operadores lamentam que sejam divulgadas só imagens da tragédia pois a "área da hotelaria não foi rigorosamente nada afectada".
Chris Blandy, director geral da agência de viagens Blandy, afirmou que "já houve alguns cancelamentos, como era esperado".
O responsável adiantou que a empresa está "a fazer todo o possível, com os parceiros, para dar um voto de confiança de que as coisas estão operacionais, desde o aeroporto ao porto e parte dos transportes públicos".
"É a mensagem que estamos a transmitir aos nossos parceiros para que transmitam aos clientes", disse, frisando que a hotelaria não sofreu danos com o mau tempo.
Reconhecendo que esta situação, que provocou 42 mortos, incluindo uma cidadã britânica, "vai ter um impacto negativo" no turismo, Chris Blandy defende "um esforço grande para tentar recuperar a imagem que a Madeira representa, segurança, clima, tranquilidade e beleza".
Por seu turno, Carlos Martins, director geral do Hotel Melia Madeira Mar e director geral do Hoti Hotéis em Portugal, confirmou "sete cancelamentos, de nacionais e estrangeiros, no Melia Madeira", com 220 quartos.
Para o responsável, esta situação prende-se com as imagens que saem para o exterior da ilha.
"Aquilo que se está a emitir nas televisões internacionais é, realmente, o espelho da tragédia que assolou a ilha da Madeira sábado passado, mas a área da hotelaria não foi rigorosamente nada afectada e essa informação não está a passar", lamentou.
Este operador turístico defende a importância de uma "contra informação, não a negar as imagens que são reais, mas que nada aconteceu nos hotéis e que os turistas estão em segurança e podem usufruir de todos os serviços com qualidade".
Carlos Martins salientou que apesar da situação, "não há turista que pediu a saída antecipada", mas não tem dúvidas de que "vai ter impacto no turismo". Por isso sustenta que tem de se ser "proactivos de imediato."
"A relevância já foi dada. Temos de arrumar a casa e não esquecer que as consequências desta tragédia pode ser maior ainda, porque é uma terra que vive do turismo", declarou.
Para contrariar esta situação, a Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT) manifestou-se segunda feira "solidária" para com os madeirenses, colocando-se "à inteira disposição" para participar em ações que contribuam para a "reconstrução do futuro" da região.
"Assim que as condições do tempo e de regresso à normalidade no Funchal o permitam, uma delegação da direcção da APAVT irá deslocar-se à região com o objectivo de reunir com os seus associados, inteirando-se dos problemas reais que lhes advêm destes infelizes acontecimentos, bem como para reunir com as autoridades turísticas da Madeira", informa a APAVT em comunicado.
O temporal causou, oficialmente, 42 mortos, 32 desaparecidos, 370 desalojados e 120 feridos, dos quais 18 ainda se encontram internados.